Lotéricos de Goiânia não estão nada satisfeitos com os repasses realizados pela Caixa Econômica Federal. Empresários alegam que recebem R$ 0,54 por operação e que o valor não estaria cobrindo as despesas do negócio. Segundo eles, entre os principais serviços estão os pagamentos e os saques, o que implica maior investimento em segurança, como a necessidade de contratar carro forte, circuito de câmeras e guardas para garantir a proteção de clientes e colaboradores.
De acordo com o Sindicato dos Lotéricos do Estado de Goiás, em 12 anos, houve apenas dois aumentos no repasse feito pela Caixa, o que estaria impossibilitando melhorias nas unidades e gerando o fechamento de muitas. "Há três anos os lotéricos de Goiânia conseguiam fechar com lucro de 1% mensal, mas atualmente é difícil encontrar empresários do ramo lucrando”, explica a vice-presidente do Sindicato dos Lotéricos do Estado de Goiás, Gisana Mendonça.
Ela afirma que existe um desequilíbrio financeiro. Conforme cálculos do sindicato, o valor que deveria ser repassado às lotéricas para que houvesse margem para investimento e crescimento seria em torno de R$ 1,00 por transação realizada.
O lotérico Humberto Carvalho de Pinto diz que vem sentindo os efeitos dos repasses em suas duas lotéricas. Só no ano passado precisou demitir quatro funcionários e vender bens materiais para realizar adequações exigidas pela Caixa, pois não possuía capital de giro.
Dono de lotérica há 18 anos, Luciano Monfardini também não está de acordo com os repasses. O empresário conta que possui cinco funcionários, mas que seriam necessários mais dois colaboradores.
Segundo a Caixa Econômica Federal, os reajustes são realizados anualmente e os últimos ocorreram em junho e julho de 2016. A instituição informa ainda, que está analisando as reivindicações com intuito de atender e buscar soluções alternativas.
Lotéricos de todo o Brasil pretendem se reunir em Brasília no dia 17 de abril. Eles querem audiência com os dirigentes da Caixa para expor a situação das lotéricas. (Marcos Pimentel é estagiário do Programa de Estágio Curricular Obrigatório do Grupo Jaime Câmara em convênio com a PUC-Goiás).
Fonte: GMB/O Popular