GMB - Você, como CEO do Grupo Sorte Online, já chegou como um dos precursores no ramo de loterias online. Agora, tem planos de abrir a BRLOT. Quais serviços a nova empresa irá oferecer e qual será o público-alvo dela?
Marcio Malta - O grupo Sorte Online possui mais de 18 anos de experiência no mercado de loterias pela internet e a BRLOT nasce a partir dessa expertise, com a missão de oferecer todos os recursos necessários para que os governos estaduais possam criar e implementar suas loterias.
Ao atuar como a melhor solução One Stop Shop, a BRLOT disponibilizará soluções para três pilares importantes deste segmento:
De forma geral, a BRLOT vai auxiliar os governos estaduais em todo o processo de criação e comercialização de suas loterias seguindo as melhores práticas do mercado global, por exemplo, com o uso de sistemas que coíbem lavagem de dinheiro, garantia de segurança da informação, certificação de que as apostas são feitas por pessoas reais e ainda políticas que evitam o vício ou danos aos jogadores.
Para realizar esse trabalho de consultoria oferecido pela BRLOT, você se espelhou na gerência de loterias privadas pelo mundo afora? Qual país mais se destaca nesse ramo e que deve ser seguido no seu ponto de vista?
Sim. A parceria público-privada é essencial para a modelagem de negócio, portanto, isso será feito a 4 mãos com os governos. O trabalho “consultivo” é feito desta forma, para que todos os interesses sejam equalizados, ou seja, oferecer payouts atrativos, rentabilidade ao governo, transparência e compliance na gestão do negócio para a sociedade e órgãos competentes.
Por último, seguiremos as boas práticas globais de mercado contra lavagem de dinheiro, cyber security, jogo responsável e LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), mas o objetivo é criar uma oferta única que se adeque à realidade econômica e social de cada estado.
Em termos de benchmark, olhamos para diversos mercados. Um dos mais avançados do mundo, no Reino Unido é iniciativa de governo, mas operado por um player privado. Consideramos a República Tcheca o melhor modelo, onde basta o operador adquirir a licença do governo e iniciar as operações. A Austrália também é um mercado bem equilibrado entre iniciativa pública e privada e que nos inspira.
Acredita que as loterias estaduais já existentes podem melhorar o serviço delas e alcançar um público maior?
Sim. A segurança jurídica proveniente da decisão unânime do STF atrairá mais investidores e aumentará a competitividade no setor, o que no final trará uma elevação na qualidade dos serviços prestados aos estados e aos seus cidadãos.
Qual seu ponto de vista em relação ao serviço online oferecido pelas loterias estaduais já existentes?
É promissor, mas ainda com muito espaço de melhoria. Dentre eles, uma operação mais eficiente em critérios de distribuição omnichannel. Hoje em dia não se pode mais falar em negócios on ou offline, pois o consumidor e os pontos de venda trabalham cada vez mais integrados com o mundo online.
Como você vê essa abertura do mercado para a instauração de loterias estaduais onde ainda não tinha? É positivo para a indústria como um todo (operador, estado e público)?
A medida, certamente, deve beneficiar muito os entes federativos, uma vez que a capacidade de gerar receita vinda da arrecadação das apostas é enorme e pode chegar à casa das centenas de milhões de reais, segundo estimativas. Mas as vantagens da abertura do mercado de loterias vão muito além, pois impactam na geração de empregos; na possibilidade de mais pessoas melhorarem suas vidas conquistando grandes premiações; na própria oferta de mais modalidades no mercado, dinamizando o setor e aquecendo a economia; na criação de parcerias com pontos de vendas que podem potencializar o comércio local, etc.
Há ainda o impacto positivo indireto no público, uma vez que o dinheiro que é repassado aos governos estaduais por meio da arrecadação será usado em áreas importantes para toda a população, desde saúde e educação até segurança pública, e o melhor, sem a necessidade de criar novos impostos. Os ganhos para todos os componentes deste produto são inúmeros e, sem sombra de dúvidas, muito positivos para qualquer parte envolvida.
Essa decisão do STF pode ser uma porta de entrada para a legalização de outros jogos clássicos no Brasil, como jogo do bicho e bingo?
Diretamente não. Entendemos que há um amadurecimento para a cultura do jogo transparente e regularizado. Acompanhamos a pauta estrategicamente e acreditamos em um mercado mais transparente e organizado, mesclando a iniciativa pública e privada para estes próximos capítulos. Nossa expectativa é atuar apenas em modelos regulamentados.
Você tem ficado de olho no mercado de apostas esportivas de quota fixa? O Sorte Online tem planos para entrar nesse ramo também?
Tudo depende de regulamentação. O mercado de apostas esportivas se tornou muito competitivo antes de uma regulamentação final. Acreditamos que esse ano deva haver alguma decisão em definitivo sobre esta pauta no governo. Com isso, analisaremos com nosso board qual a melhor forma de competir neste mercado.
Quando pretendem lançar e começar a operar a BRLOT? Quais são os planos do Grupo Sorte Online para 2021, um ano que segue lidando com lockdown por causa da COVID?
Estamos na fase final de estruturação corporativa e societária. Em paralelo, acompanhamos estrategicamente o movimento formal dos estados, que caminham muito rapidamente na formalização das Consultas Públicas, PMIs e licitações. Nossa expectativa é estarmos aptos às licitações até o final deste mês.
Fonte: Exclusivo GMB