MIÉ 27 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 04:42hs.
Modelo inadequado é prejudicial à sociedade

AIDIGLOT lança comparativo sobre os mercados de loteria nos Estados Unidos e Brasil

A AIDIGLOT – Associação dos Intermediários Digitais de Jogos Lotéricos acaba de lançar um infográfico comparativo sobre o mercado de loterias do Brasil e dos Estados Unidos como forma de mostrar às autoridades e especialmente aos candidatos à Presidência da República a forma distinta como os dois países encaram a atividade.

O mercado mundial de loterias tem inúmeros excelentes exemplos de como a atividade é encarada em diferentes países. O Brasil, que ainda vive preponderantemente sob tutela do Estado como operador lotérico quase monopolista, tem muito a ganhar com a abertura do setor.

Em infográfico criado pela AIDIGLOT – Associação dos Intermediários Digitais de Jogos Lotéricos, a entidade destaca o mercado americano e o quanto ele é imensamente maior que o brasileiro, a despeito de qualquer diferença entre um país rico e um emergente, como o Brasil.

A primeira e mais importante comparação diz respeito à arrecadação das loterias em 2021. Enquanto o Brasil movimentou R$ 18,5 bilhões, o mercado americano atingiu R$ 584 bilhões, 32 vezes mais que o país, numa economia que é 14 vezes maior que a brasileira (PIB de R$ 8,7 trilhões no Brasil e R$ 124 trilhões nos EUA).

 

 

Uma das razões para tal discrepância, pelo que se deixa entender no gráfico criado pela AIDIGLOT, é o modelo de operação, já que no Brasil a Loterias CAIXA explora de forma monopolista e quase exclusiva as modalidades. A exceção está nas operações da Loterj, no Rio de Janeiro e Loteria de Minas Gerais, as mais bem posicionadas, mas com arrecadação infinitamente menor do que as vendas da União, além de outras de menor relevância, como a da Paraíba e Ceará.

Enquanto o modelo monopolista ainda é marcante no Brasil, nos Estados Unidos as loterias são exploradas na forma de parcerias público-privadas, em que operadores atuam de forma independente, porém vinculados a concessões do Estado.

Outra comparação que chama a atenção é sobre o maior prêmio pago no Brasil e Estados Unidos. Agora em outubro, a Caixa pagou um prêmio de R$ 315 milhões, enquanto uma extração da loteria americana entregou R$ 6 bilhões em janeiro de 2016.

A AIDIGLOT aponta, por fim, que outro ponto que impacta o mercado são os pontos de vendas no Brasil, que representam sete vezes menos do que nos Estados Unidos, já que a rede lotérica da Caixa é composta por 13,5 mil concessionários, enquanto nos Estados Unidos existem mais de 100 mil pontos de vendas diversos.

Ao assinar o infográfico, a AIDIGLOT indaga: “Por que não explorar as loterias em parceria com o setor privado?” e destaca que a não evolução para um modelo adequado deixa consequências para a sociedade, como a necessidade de arrecadação via criação de novos impostos, menos recursos destinados à saúde, educação e esporte e mais espaço para o jogo ilegal.

Fonte: GMB