Games Magazine Brasil - Qual é a sua avaliação sobre o desempenho e crescimento da sua empresa em 2022? Foi o que você esperava ou superou as expectativas?
Amilton Noble - 2022 foi um ano importante para o novo ciclo da Hebara. Depois de quase três décadas de atuação, através de sucessivos contratos com a Loterj, a Hebara deixou de operar há pouco tempo as loterias no Rio de Janeiro e passou a estudar todas as oportunidades das loterias em outros Estados.
Em função do calendário eleitoral, os movimentos em prol do lançamento das loterias estaduais foram mais lentos do que deveriam.
Nossa expectativa era de já termos vários Estados operando suas loterias em 2022, mas somos otimistas e temos a certeza de que 2023 será um ano de várias novidades no segmento.
Você poderia listar as principais realizações ou objetivos alcançados?
Nossa maior realização foi ter participado ativamente de todos os processos licitatórios em curso, bem como ter participado dos PMIs do Estado de São Paulo e Pernambuco, apresentando modelos customizados para cada realidade estadual.
Destaco o Estado de Minas Gerais como exemplo a ser seguido, pela transparência no processo de licitação, realizando duas audiências públicas, além de permitir a contribuição dos interessados para o aprimoramento do Edital. Esse é nosso anseio para todos os Estados.
Em seu setor dentro da indústria, quais tópicos ou avanços tecnológicos você acha que dominarão o mercado em 2023? Quais serão as tendências futuras?
Certamente a pandemia foi um divisor de águas no segmento de jogos e loterias, pois proporcionou uma rápida aceleração das iniciativas digitais. E se tornou um caminho irreversível.
Cabe destacar que, pelo menos nas loterias estaduais, a modernização dos produtos só foi pacificada em setembro de 2020, com a decisão do STF nas ADPFs 492 e 493.
Até então a insegurança jurídica era inibidora de maiores investimentos.
Agora com a perspectiva de contratos mais longos, a expectativa é a melhor possível.
A grande tendência para o segmento de loterias é a regulamentação das apostas de quota fixa, que tenho a convicção que será a tônica do novo ano.
Você notou que o mercado brasileiro de jogos evoluiu este ano ou perdeu outra oportunidade? O que você vê sobre a regulamentação no país para 2023?
Estamos patinando há várias décadas no setor de jogos. Tudo por preconceitos infundados acerca do segmento. São dogmas mantidos por um longo período. Enquanto isso perdemos empregos, impostos, renda e movimentação econômica, além de continuarmos fechando os olhos para jogos não regulamentados ou ilegais.
Não tenho dúvida que este ciclo está se fechando e que teremos um 2023 diferente, com modalidades regulamentadas e com enorme geração de empregos.
Não podemos continuar ouvindo que um projeto que tramitou por 31 anos no congresso (PL 442/91) não está maduro para ser votado. Chegou a hora de decidir. O Senado precisará assumir o seu papel constitucional e pautar a votação.
Quais são as principais metas/objetivos da sua empresa para 2023?
Participar de todas as licitações das loterias estaduais, além de operar no mercado regulado de apostas esportivas junto a um parceiro internacional, líder no segmento onde atua.
Além disso pretendo continuar contribuindo para uma discussão qualificada acerca da necessária regulamentação de todas as modalidades que forem aprovadas. Destaco a importante atuação das Comissões de Jogos da OAB-DF e da OAB-RJ, que têm sido um fórum de debates do mais alto nível.
Fonte: Exclusivo GMB
