"Idealizamos a raspadinha como uma forma de atingir um público que ama os animais e que poderá, além de ajudar a causa, também se divertir e ganhar prêmios", afirma Marcelo Queiroz, secretário de Agricultura e responsável pelas Políticas Públicas de Proteção e Bem-Estar Animal.
Segundo a Loterj, a tiragem será de 400 mil bilhetes, comercializados a R$ 2 cada, em mais de dez mil pontos de venda. Ao todo, os prêmios ultrapassarão os R$ 440 mil, com 20 raspadinhas — que estampam um cão e um gato — valendo o montante máximo, de R$ 5 mil. A cerimônia de lançamento acontece hoje, às 14h, no Palácio Guanabara, com a presença de várias autoridades.
"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível. Gosto muito dessa frase do nosso protetor dos animais, São Francisco de Assis. E é com ela que eu agradeço todo o empenho da Secretaria de Agricultura com os bichinhos do nosso Estado. Quando a vontade de realizar é grande e as parcerias fortalecidas, tudo é possível. Obrigada também por todo o carinho com o RioSolidario", diz a primeira-dama do estado, Analine Castro, que é presidente de honra da ONG.
Já o presidente da Loterj, Otavio Bastos Cunha, explicou que toda a renda proveniente da "raspadinha animal" será repassada ao RioSolidario, que ficará responsável por coordenar as ações de amparo aos animais com o valor arrecadado. A entidade promete, inclusive, novas iniciativas de apoio à causa em breve:
"Faz parte do nosso objetivo tornar o Rio um dos principais estados do país na causa de defesa animal", assegura Bastos Cunha.
O jogo do bicho
Embora não haja, sob qualquer ótica, ligações concretas entre a iniciativa estadual e o jogo do bicho, a associação acaba sendo quase imediata — afinal, não é todo dia que surgem loterias vinculadas, direta ou indiretamente, a animais. A origem da prática clandestina, aliás, também se deu em um contexto de "socorro" aos animais.
No fim do século XIX, Barão de Drummond, fundador do Jardim Zoológico do Rio, então situado em Vila Isabel, precisava aumentar o faturamento após a perda de um subsídio imperial ao local. Surgiu, então, a loteria ilegal, que logo se espalhou pelo Rio, fomentando inclusive violentas disputas por território.
Mais de um século depois, uma proposta que tramita no Congresso pretende legalizar o jogo do bicho, bem como outros jogos de azar, como bingos e cassinos. Aprovado na Câmara dos Deputados, apesar da resistência de partidos de oposição e da bancada evangélica, o projeto de lei seguiu para o Senado, onde ainda não foi apreciado.
Fonte: O Globo