Após um bate-boca com o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Rafael Prudente (MDB), os deputados distritais abandonaram a sessão e propostas do Executivo não foram votadas. Os projetos de crédito suplementar para o transporte público da capital e a da criação de uma loteria para o DF foram os pivôs do desentendimento.
O Projeto de Lei 2.312/2021, que cria uma loteria local no âmbito do Distrito Federal, é atacado pela oposição e pela bancada evangélica distrital. A esquerda quer um órgão do governo operando o serviço de loteria distrital para garantir que o dinheiro possa ser revertido para o Estado, como ocorre com as loterias da Caixa.
Já os evangélicos, entre eles parte dos governistas, querem que o projeto impeça a operadora da lotérica de abrir casas de jogos na capital, caso o Senado aprove os jogos de azar no Brasil. Segundo interlocutores, uma cláusula que proíba que a empresa abra novas frentes de jogos acalmaria o grupo.
A discussão entre o deputado distrital Chico Vigilante (PT) e Rafael Prudente começou quando o petista pediu a retirada da pauta do crédito suplementar. O vice-presidente da Casa, Rodrigo Delmasso (Republicanos), pediu que a matéria ficasse, e o presidente apoiou. Vigilante disse, então, que a oposição faria obstrução à pauta da loteria. Em seguida, disse que, se fossem votá-la, os parlamentares da esquerda deixariam o plenário, derrubando a quantidade mínima de deputados necessária para a aprovação.
Governistas propuseram que o projeto de lei da loteria caísse, mas o do crédito suplementar ficasse. Vigilante não aceitou. Prudente disse que eles estavam ali para votar. "Vou seguir com a pauta. Se tiver quórum, a gente vota, se não, a gente não vota", desafiou. Em seguida, pediu recomposição de quórum, mas não foi possível manter a sessão aberta sem os parlamentares.
Fonte: R7