MAR 26 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 19:21hs.
Itamar Pereira, consultor da CAIXA Loterias

“Não havia uma receita única para atender os sistemas de pagamento bem-sucedidos para jogos no Brasil”

Durante o webinar “Sucesso na América Latina: entendendo o cenário de pagamentos de jogos”, realizado no dia 17 de janeiro e organizado pela iGaming Business (iGB) e OKTO, Itamar Pereira, membro do Comitê de Segurança e Gerenciamento de Riscos (SRMC) da World Lottery Association (WLA) e Consultor do CEO da CAIXA Loterias, foi um dos quatro palestrantes. Ele descreveu hábitos de consumo e de pagamentos do mercado lotérico brasileiro.

Há um grande potencial para os operadores e fornecedores de jogos crescerem no mercado da América Latina à medida que mais países da região se preparam para legalizar o jogo online. O processo já está em andamento no Chile e no Peru, é muito aguardado no Brasil, onde várias ações vêm sendo realizadas nesse sentido. Em um país apaixonado por futebol e esporte como o Brasil, espera-se que a demora para legalizar as apostas esportivas online seja curta.

Durante o webinar Sucesso na América Latina: Entendendo o cenário de pagamentos de jogos, realizado em 17 de janeiro, organizado pelas soluções de pagamento digital iGaming Business (iGB) e OKTO, as discussões estiveram centradas em alguns desafios enfrentados, em particular, como garantir métodos de pagamento amigáveis para os clientes.

Itamar Pereira, membro do Grupo de Trabalho Técnico do Comitê de Segurança e Gerenciamento de Riscos (SRMC) da World Lottery Association (WLA) e consultor do CEO da CAIXA Loteria, Brasil, foi um dos quatro palestrantes.
 

A diversidade do Brasil exige múltiplas opções de pagamento

Colocando a cena em um contexto mais amplo, Itamar Pereira observou que o sistema financeiro do Brasil era bem estruturado e regulado pelo Banco Central do Brasil (BCB). Ele citou números de 2020 que mostraram que mais de 650 instituições foram regulamentadas, entre bancos, fintechs e empresas que lidam com empréstimos.

No que diz respeito aos hábitos de consumo e pagamentos em geral, ele observou que para muitos clientes, o pagamento preferencial em lojas de varejo, como farmácia ou supermercados etc., era por: 1) dinheiro, 2) pagamento instantâneo, o PIX, – usando um smartphone, via uma transação simples e instantânea de uma conta bancária para outra, 3) cartão de débito e, finalmente, 4) cartão de crédito.
 

Inovando, mas mantendo a simplicidade

Sobre o que é mais importante para os jogadores no desenvolvimento de soluções user-friendly, Pereira explicou que existe uma cadeia interligada de fatores, como a forma de pagamento, a integridade da operação para garantir a segurança e o jogo responsável; a multiplicidade de canais de distribuição e como esses canais estão interligados; multiplicidade de produtos e como lidar com os mercados e comunicação com os clientes.

Ele enfatizou ainda a necessidade de buscar a questão da inovação, modernização e torná-la uma experiência simples para os clientes.

Sobre a questão de como impulsionar a adoção de diferentes meios de pagamento, como a carteira digital, pelos clientes, Pereira disse que no Brasil isso não é tão influenciado pelo fator idade, mas sim pelo nível de bancarização – ou seja, o acesso e utilização das pessoas aos serviços financeiros em geral e dos serviços bancários em particular, e o nível de flexibilidade dos meios de pagamento que os bancos, instituições financeiras e fintech poderiam oferecer aos consumidores.

Dado o alto percentual de usuários de smartphones no Brasil, que realizam transações em aplicativos ou online, a inovação nos meios de pagamento está diretamente ligada ao nível de bancarização e às fintechs e não aos bancos tradicionais.

Pereira concluiu dizendo que, em sua opinião, não havia uma receita única para alcançar sistemas de pagamento bem-sucedidos para jogos no Brasil. Dado o tamanho do país e a diversidade da população, nenhum modelo único estava pronto para adoção. Em vez disso, foi necessário entender as tendências de consumo e como as pessoas lidam com tecnologia e inovação em todo o país e tentar usar todas as novas soluções.
 

Mais sobre o painel

Moderado por Robin Harrison-Millan da iGB e tendo como outra palestrante Galina Bineva, Diretora Comercial da OKTO, que falou sobre a importância de entender os clientes em diferentes regiões de um país, ao estabelecer opções de pagamento para diferentes produtos de jogos.

Além dela, Gonzalo Perez, CEO da Apuesta Total, atualizou sobre as tendências de varejo e jogos no Peru. Por fim, Patricia Lalanda, sócia da Loyra, discutiu sua experiência no Chile, destacando os tipos de regulamentação do consumidor, corporativa e fiscal que as operadoras de jogos podem precisar considerar ao estabelecer sistemas de pagamento de jogos.
 

Fonte: World Lottery AssociationWLA