O vice-presidente da Caixa, Edilson Carrogi Viana, reuniu-se com empresários lotéricos no Sincoesp – Sindicato dos Comissários e Consignatários do Estado de São Paulo para debater o crescimento das operações digitais de loterias em todo o mundo. Na oportunidade, apresentou um projeto ainda em construção para a venda de bolões pela internet para beneficiar a rede lotérica com o incremento de usuários que as lojas físicas não estão mais atingindo.
Através dos números Carrogi mostrou que o público-alvo das loterias está mudando “e, pior, morrendo. Os jogadores tradicionais estão ficando idosos e os jovens estão focando muito mais nos canais digitais.”
O que a área de loterias da Caixa está querendo é buscar esse novo público e capacitar o empresário para entrar também onde este público vem atuando.
Como tudo o que é novo causa estranheza e medo, com o empresário lotérico não é diferente. A princípio a ideia não foi muito bem recebida. Alguns empresários viram esta ação como uma forma de a Caixa ganhar espaço digital para que as lojas físicas comecem a desaparecer.
O vice-presidente Edilson Carrogi deixou claro que o objetivo da Caixa não é acabar com o canal físico e tampouco tomar um produto (o bolão) que foi criado pelo lotérico. O que a Caixa espera é oferecer um público que hoje o empresário do setor não tem e já ultrapassa os milhares.
Destacou ainda que, agora, com os sites estrangeiros de apostas se multiplicando e com o volume de publicidade que eles apresentam em grande destaque, o público está migrando para estes sites que mostram jogos mais atrativos, como as apostas esportivas em vez dos tradicionais jogos nos meios físicos. “Isso precisa ser revertido. O que se precisa ter consciência é, QUANDO o empresário lotérico vai faturar nos meios digitais e não SE ele vai entrar neste canal”.
Ao longo da apresentação foi nítida a mudança de visão dos presentes que no início estavam reticentes e depois perceberam que há muitas possibilidades a se explorar com este projeto.
É claro que a Caixa ainda está depurando todo o processo e muitas das mudanças já realizadas foram resultados de ideias e opiniões das lideranças do setor através da Febralot e sindicatos estaduais em múltiplas reuniões.
Outro ponto destacado é que o sistema de apostas não privilegia nenhum empresário e tem uma grande preocupação para se evitar que sites clandestinos de apostas possam utilizá-lo.
Na plataforma apresentada por Carrogi, cada Unidade Lotérica terá sua vitrine digital com bolões disponíveis tal qual se faz no meio físico, porém o empresário pode disponibilizar uma parte das cotas no meio digital, mas mantendo, obrigatoriamente, parte no meio físico para comercialização.
Ao apostador, por sua vez, serão ofertados diversos filtros que permitirão que encontre exatamente o produto que busca. Esses filtros podem ser definidos por valor de aposta, números apostados, número de cotas etc. Sempre mostrando a Unidade Lotérica física mais próxima como opção de compra.
Este é o futuro das apostas em todo o mundo e as empresas que insistiram em se manter fora acabaram extintas. Foram citados exemplos como a Kodak que era líder em filmes fotográficos e acabou saindo do mercado.
Estiveram presentes no evento cerca de 800 empresários lotéricos e no momento dos debates não foram apresentadas críticas. O que mais se viu foi o número de dúvidas, principalmente quanto à implantação, tempo e possibilidades. O objetivo é realizar encontros semelhantes em outros estados para colher mais informações da extensa rede lotérica.
A Caixa deixou claro que como o projeto ainda está em construção, haverá ajustes e se tudo andar conforme o previsto, ainda este ano deve acontecer.
Fonte: GMB