“Nós temos toda uma construção no sentido de posicionar a Caixa nesse mundo das bets”, afirmou Vieira. “A gente já tem uma ideia de valuation (valor do negócio) que teria essa empresa daqui a um ano, um ano e meio”, acrescentou ele.
Segundo Vieira, embora envolva um parceiro, já é certo que o produto vai carregar a marca Caixa. Até o advento das bets, a Caixa dominava praticamente sozinha o mercado de loterias no país. Contudo, nos últimos anos essa realidade tem mudado rapidamente. Segundo a consultoria global Comscore, o setor de apostas online cresceu 281% de 2019 a 2023, com 42,5 milhões de usuários no país.
Embora tenha sido regulamentado apenas no mês passado pela Câmara dos Deputados, o mercado de apostas online já é gigante no país. Segundo estimativas, esse mercado movimentou mais de R$ 100 bilhões no país em 2023. Com isso, calcula-se que as plataformas faturaram R$ 13 bilhões no ano passado no Brasil, 71% a mais do que em 2020.
Isso significa que o banco vai chegar a um setor já povoado por dezenas de plataformas de apostas. Em relatório recente, a equipe da XP considerou que a regulamentação do setor pode torná-lo menos atrativo por causa da tributação.
Construção de estádios
Vieira revelou ainda que a Caixa assinou com o Flamengo um acordo de confidencialidade (NDA, na sigla em inglês) sobre financiamento do estádio do clube.
A expectativa de Vieira é de replicar com o clube carioca um modelo em discussão com o Corinthians, que tem com a Caixa uma dívida de cerca de R$ 600 milhões.
O valor refere-se ao financiamento feito pelo banco para a construção da Neo Química Arena, antes conhecida como Arena Corinthians, em 2014.
A ideia da Caixa é transformar as dívidas dos clubes em títulos para serem negociados no mercado, inclusive por investidores de varejo.
Assim, os títulos teriam como uma espécie de lastro o estádio. Dessa forma, quem comprasse os títulos seria como um investidor do clube.
Fonte: GMB