LUN 25 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 20:43hs.
Acionista da MCE Intermediações

Loterj quer receber da Santa Casa de Lisboa dívida de R$ 36 mi da ex-operadora do Rio de Prêmios

A Santa Casa de Misericórdia de Lisboa vem sendo alvo de denúncias há tempos e agora mais um credor bate à porta da instituição. A Loterj quer receber R$ 36 milhões em dívida feita pela MCE Intermediações e Negócios, contratada para vender o Rio de Prêmios e que deu calote milionário na autarquia. A SCML é o principal acionista da MCE. Para Hazenclever Lopes Cançado, presidente do órgão, cabe à entidade portuguesa pagar a quantia não repassada à Loterj.

Os jornais portugueses vêm repetindo há meses os prejuízos que a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa vem tendo desde que buscou a internacionalização de sua atuação no mercado de loterias. O governo de Portugal já diligenciou inúmeras auditorias internas e externas e os prejuízos já chegam aos 50 milhões de euros.

Agora, mais um credor se apresenta para cobrar uma dívida. Trata-se da Loteria do Estado do Rio de Janeiro. A Loterj quer que a Santa Casa pague R$ 36 milhões de uma dívida da MCE Intermediações e Negócios, responsável pela venda do Rio de Prêmios. A Santa Casa de Misericórdia de Lisboa é o principal acionista da empresa que deixou de cumprir cláusulas contratuais na exploração da modalidade.

O portal SIC Notícias noticiou que “no Brasil, uma empresa pública exige que a Santa Casa de Lisboa assuma uma dívida de milhões e admite vir a bater à porta do Estado português” em uma nota que diz que a entidade, com mais de 500 anos, está “sob fogo cruzado graças a rombo financeiro de milhões” de euros.

No processo de internacionalização, a entidade viu o Brasil como um grande mercado e adquiriu participação financeira da MCE, conseguindo o acesso ao conhecimento necessário à operação no país, essencial à concretização dos objetivos de ampliação dos negócios.

Em abril do ano passado, e antes de sair, o ex-provedor da SCML, Edmundo Martinho, anunciou que a empresa tinha sido escolhida para, em regime de exclusividade e em consórcio com o Banco de Brasília, explorar e operar os jogos e loterias no Distrito Federal. Porém, em 8 de maio, o Tribunal de Contas do Distrito Federal determinou a suspensão do negócio e o acordo foi rompido.

A SIC Notícias informou que desde junho do ano passado a MCE não repassou mais os recursos do Rio de Prêmios, que desapareceu do mercado em novembro, e substituída por outro produto.

Hazenclever Lopes Cançado, presidente da Loterj, disse à SIC que houve apropriação indevida e enriquecimento ilícito. Ele entende que pelo fato de a MCE ser controlada pela Santa Casa, cabe a ele honrar com o pagamento e que “o Estado português tem uma dívida com o Estado do Rio de Janeiro”.

Fonte: GMB