Para a loteria começar a funcionar, o Banestes vai vender uma parcela minoritária da subsidiária para atrair um operador com experiência em apostas e que saiba gerir o negócio e tenha certificações.
A expectativa do presidente do Banestes Loteria, Ricardo Pessanha, é que essa seleção ocorra até junho. “Depois de escolher o sócio, ainda vai haver uma fase de negociação para implementação. Então, a operação mesmo começa até julho de 2025”, afirma.
Modalidades de apostas
O decreto do governo do Estado permite a exploração de jogos tradicionais, como loterias, até as novidades, como bets, além de apostas esportivas, jogos online, cassino online e caça-níqueis (VLT).
“Existe um conjunto de modalidades de jogos que são chamados jogos lotéricos, vai desde as apostas de prognóstico numérico, como a Mega-Sena, da Caixa, por exemplo, até as bets, apostas de cota física, raspadinhas, cassino online, máquinas caça-níqueis. O que de fato hoje não é permitido é a exploração do jogo do bicho, cassinos físicos e bingo. As demais modalidades de jogos estão autorizadas pela lei federal, e nós poderemos explorar cada uma delas”, destaca Ricardo Pessanha.
Bet estadual
Uma dúvida que surgiu após o anúncio do Banestes é se os capixabas poderão já, a partir de julho, apostar em uma bet local. O presidente da subsidiária afirma que, apesar de o banco estar apto a explorar esse serviço, a decisão de entrar só será tomada posteriormente.
“Eu prefiro dizer que a gente vai poder explorar, porque a decisão de efetivamente explorar é uma decisão estratégica que vai ser tomada somente após a escolha do sócio, da análise de viabilidade econômica”.
Casas lotéricas
Assim como as Loterias Caixa têm lojas físicas, a ideia é que, inicialmente, as apostas feitas pela subsidiária do banco capixaba sejam feitas em unidades do Banesfácil. Posteriormente, podem ser abertos novos estabelecimentos, destinados exclusivamente aos jogos.
“A gente prevê a possibilidade de utilização já da rede credenciada do Banestes, os chamados correspondentes bancários conhecidos como Banesfácil. É óbvio que o Banesfácil não vai ser obrigado. O proprietário do estabelecimento vai poder agregar ao serviço os produtos da Banestes Loteria”.
Ricardo Pessanha afirma que o Banestes viu uma oportunidade de arrecadação em um mercado que hoje é repleto de estabelecimentos desregulados e que, por agirem na ilegalidade, não repassam os tributos necessários ao Estado.
“A gente sabe que hoje ainda existe uma grande desconfiança do brasileiro com a indústria de jogos, por causa da abundância de operadores ilegais que existe, e a gente quer trazer isso como uma forma de reverter boa parte dos recursos arrecadados com a loteria em política pública”.
Com o decreto, o Espírito Santo passa a ser o primeiro Estado a ter uma loteria gerida por um banco estadual, uma vez que o país conta com poucos bancos estaduais e, em outras localidades, esse serviço é gerado por autarquias.
“O Espírito Santo está se preparando de uma forma diferente dos demais, com a preocupação da segurança e confiabilidade, e também você evita os prejuízos que os jogos ilegais trazem ao Brasil. A gente está submetido ao controle da agência reguladora do Estado, do Tribunal de Contas, do Ministério Público”, conclui Pessanha.
Fonte: A Gazeta