Em 2016, aproximadamente dez mil portugueses pediram para serem impedidos de ter acesso aos jogos online. Entre os pedidos encontra-se uma pequena percentagem de casos que foram feitos de forma inadvertida, porém, João Goulão, diretor-geral da SICAD, afirma que a maioria deles vem de pessoas que temem a dependência ou já tiveram problemas de adição.
O diretor destaca que o número está acima dos pedidos de pessoas que pedem para que sejam barradas em cassinos ou outros locais de jogo mais tradicionais.
O jogo e apostas online estão regulados e legalizados em Portugal desde junho de 2015. Só desde então é possível fiscalizar as empresas do setor. João Goulão diz que outra das vantagens da legalização passa pela clarificação das regras e critérios necessários para autorizar, ou não, os operadores de jogo.
Sobre os casos de dependência de jogo, o diretor explica que há poucos pedidos de ajuda especificamente ligados a esse vício, que pode estar associado a outras adições. Há casos em que "alguém que pede ajuda para um problema de alcoolismo, mas quando se começa a esgravatar um pouco as condicionantes e condições de vida percebe-se que ali também há um problema relacionado com o jogo, que normalmente é mantido escondido da família”, exemplificou João Goulão.
O SICAD passou a supervisionar o jogo há menos de dois anos. Por isso, João Goulão diz que ainda é necessário estudar a realidade deste "mundo novo”, ouvir os especialistas internacionais e os parceiros da área. "Em relação ao jogo estamos ainda numa fase incipiente, mas que nos remete para isso. O apelo ao jogo responsável é uma atitude que podemos comparar a um ‘beba com moderação’”.
O diretor do SICAD considera que é evidente que as empresas de jogos querem que as pessoas joguem, mas acredita que são também sensíveis à necessidade de desenvolver formas de jogo que não induzam adição e sofrimento à população.
Fonte: GMB/Jornal SOL