VIE 15 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 03:26hs.
ANDRE AKKARI, 2011 WSOP CHAMPION

A Globo esta atacando o poker? os games? ou os jogos?

O campeão do WSOP 2011 e Diretor de Relações Públicas da CBTH se preocupou ao saber da aparição em uma novela da TV Globo em que uma das personagens principais é uma jogadora de poker viciada. Em seu blog, Akkari conta um encontro com a estrela e a escritora, e dá respostas às perguntas do título. Veja o seu artigo completo.

As duas últimas semanas foram sinistras, uma correria impressionante. Para começar, eu com passagem comprada, tudo certinho para continuar a minha série de bons resultados indo desta vez para a Macau e bummmm. Chega a notícia que a Globo iria fazer uma novela onde atacaria os jogos e principalmente o poker e que a CBTH precisaria da minha ajuda, já que sou Diretor de Relações Públicas da entidade.

Nunca balancei neste tipo de decisão, sempre optei pelo poker, minha vida é este esporte, minha, do Igor Federal, do Ueltom Lima que agora dirige a CBTH, do Bill é repleta de momentos como este onde parece que quase como se nos convocassem para uma batalha a gente se enche de tesão e vai a luta pelo entendimento do poker como ele merece.

Quando chegou a notícia que a Globo ia fazer uma novela onde uma personagem seria jogadora de poker, eu no auge do meu otimismo pensei "Tesão, até que enfim a Globo vai abrir espaço em novela para coisas novas no mundo dos jogos, games, etc!” mas a alegria durou pouco, o personagem era o famoso e cansado estereótipo da jogadora viciada. Bom, assusta né! Afinal de contas é a Globo. Eu sei o poder da Globo e sei por diversas razões.

A Globo foi talvez uma dos maiores impulsionadoras da minha carreira. Logo após eu ganhar o bracelete, a convite do Bruno Laurence, meu amigo, participei de uma matéria sobre o meu título de exatos 13 minutos no Esporte Espetacular. Vocês não fazem idéia do quanto aquilo impulsionou minha carreira, a aceitação do poker como esporte mental, o reconhecimento dos meus amigos e familia, a satisfação dos meus patrocinadores, foi bizarro. Eu sinceramente posso sem pudor falar que ela me ajudou a conseguir as coisas que eu consegui.

E como sei desta força da Globo, quando esta mesma bazuca é apontada desta vez para colocar a antiga figura da viciada em jogo na novela das 9, com o elenco que colocaram, pqp, dá medo!

Aí logo surgiu a primeira pergunta, não somente na minha mente mas entre as pessoas que mais tomam decisões em prol da defesa do esporte mental no Brasil, Igor Trafane, Ueltom Lima, Gabriel que é o assessor de imprensa da CBTH.

Será que a Globo resolveu atacar o poker? ou atacar os games? ou os jogos?

O grande receio de todos era que a Globo resolvia assim se posicionar oficialmente contra o poker, ou contra os jogos, ou contra os games em geral. Não que isto faria estas atividades não existirem mas é tão legal contar com o apoio da Globo poxa, contra não é gostoso não kkkk …

As novelas da Globo notoriamente nos últimos anos vem sofrendo uma queda de audiência acentuada creio eu, não sou especialista em TV, muito menos em novela, mas é fácil enxergar a diferença do envolvimento da sociedade com uma novela a 15 anos atrás e hoje. Entretanto, mesmo assim, vocês não fazem idéia, quando eu falo que é uma bazuca, é isso mesmo, um monstro, ela atinge em um capítulo coisa do tipo, 20% da população brasileira. Amigo, o Brasil tem 200 milhões de pessoas, é gente que não acaba mais.

Quanto trabalho não foi feito para os esportes da mente serem completamente desconectados dos jogos de azar? Dos e-sports serem reconhecidos como profissão e atividade digna! E sei que aí vai ter gente que vai pensar "Olha o Akkari misturando os E-Sports com Poker!” A personagem vai jogar games também amigo, a mulher é compulsiva em jogos no geral mas o poker é o prato da casa, isto quem nos disse foi a própria atriz.

Portanto, tínhamos que ir a campo. Tentar achar Glória Perez, somente a Glória Perez, fácil? uma das maiores escritoras da história da Tv brasileira, e a Lilia Cabral, uma da armas nucleares que a Globo usa para transformar uma novela em sucesso. O objetivo era conversar com estas mulheres que nunca havíamos falado na vida e mostrar que elas podiam estar prejudicando uma atividade que gera hoje no Brasil milhares de emprego, que tem campeões mundiais, times, gera diversão e lazer, e etc etc etc.

Missão pouco complicada? Começamos a busca. Toca acionar os amigos, celebridades, e etc, todos apaixonados por poker que pudessem nos levar até elas. O Gabriel correndo para um lado, eu para o outro, Federal ficando com tendinite no dedo de tanto usar whatsapp, Ueltom correndo para acionar contatos. Convocamos João Simão, Bruno Foster e quem mais atendeu o telefone para nos ajudar neste pepino. Depois de 3 dias, chegamos lá!

Eu consegui um contato com a Lilia, o Gabriel acionou rapidamente seu assessor, o Igor conseguiu através de um grande amigo nosso campeão de poker, o Marcelo, o contato da Glória e quando vimos, pronto! Estava rolando whatsapp com as mulheres que estavam prestes a estrear uma novela que ao nosso ver iria espancar o poker e os jogos até dizer chega.

Aí é que a história começa …

Respondendo a pergunta lá de cima, não, a Globo não quer atacar o poker coisa nenhuma! Vejo em redes sociais que existe uma certa raiva declarada para com a Globo, nego xinga, bate sem e comsentido, eu como não assisto TV também não julgo. Mas neste caso, não vejo sentido nenhum, pelo menos por enquanto.

Vamos lá, narrar os últimos dias…

Depois de atender o Igor por telefone por mais de uma hora a Glória Perez apresentou nosso Presidente a Lilia Cabral. Depois de outro longo papo, o Igor convidou a Lilia para vir ao BSOP, e ela aceitou! Foi um momento muito legal. Nunca falei na minha vida com a Lilia Cabral, não sabia se ela era preconceituosa, inteligente, ignorante, sei lá, eu nem mesmo assisto novelas, mas já era um grande passo, ela aceitou vir conhecer o segundo maior evento de poker do mundo. Tesão! Ponto para nós, conseguimos falar com as protagonistas do problema em questão e ainda convidar a protagonista para o campeonato brasileiro.

A expressão que usamos para esta situação nos últimos dias é "Foi uma grande vitória dentro da derrota!” Pq? É óbvio que todos os apaixonados pelos esportes da mente não querem ver seu esporte sendo categorizado como algo depreciativo em uma novela, mas …. já era, já tinha acontecido, dentro deste cenário, que bom, pelo menos elas iriam nos escutar em um grande exercício de cidadania, podiam também escutar e não fazer nada, não tinham obrigação nenhuma de fazer, de ajudar, de aliviar, nada! Uma é escritora, a outra atriz e elas fazem o que bem entender da vida é o trabalho delas, mas foi diferente!

Chegando o BSOP, por motivos profissionais a Lilia avisa que não poderia comparecer por motivos profissionais, completamente compreensível já que a novela estrearia em dois dias, mas abrindo as portas com gentileza para encontra-la no Rio de Janeiro no sábado.

Neste ponto começo a responder mais profundamente a pergunta do título do artigo.

O que o Federal encontrou ao ser atendido pela Glória e o nós no bate papo com a Lilia, sem nenhuma demagogia, foi muito bacana.

A Lilia foi fantástica conosco! Juro para vocês! Uma mulher encantadora. De uma disponibilidade, de um exercício de democracia e debate, que somente quando você conhece pessoas como esta, e o poker vem me trazendo isto de presente, você entende o porque algumas fazem tanto sucesso e outras nem tanto. Ela nos atendeu em um sábado a tarde, por pelo menos 4 horas, as vésperas da estréia da novela, no último dia de descanso que ela tinha. Uma mulher que não entende nada de poker, e que para exercer a sua profissão de forma plena executa um trabalho de pesquisa minucioso. Ouvindo todos os lados, buscando formar o seu personagem da maneira mais perfeita possível. Sentamos em uma livraria por quatro horas e debatemos de forma séria quando era para ser, ela argumentou, entendeu, contestou, questionou e nós da mesma forma. O papo foi tão leve que não tinha como não ser agradável, e eu senti que os mais armados ali éramos nós mesmos, tanto é que comecei a ficar meio com vergonha nos primeiros 10 minutos e aí mudei minha atitude 100%. Não que eu estivesse a pressionando, ou decepcionado, nada disto, mas você vai com o intuito de fazer a pessoa entender o que para você é tão claro e uma injustiça, nos primeiros 20 minutos eu já havia entendido o contexto da questão e que o papo iria para outro caminho. O Igor também sentiu o clima e conduziu-nos a quatro horas por risadas, se divertindo e falando sério quando o assunto era sério.

A Globo, independente do que vocês tenham de entendimento sobre a empresa, não quer bater no poker, ou nos jogos de maneira alguma, o fato é fruto de um efeito colateral de uma trama, e simplesmente isto. Batalhamos tanto nos últimos 12 anos para o entendimento perfeito da sociedade em relação ao nosso esporte que ficamos meio traumatizados no final da história. A novela vai bater no poker? Sim, se quisermos enxergar assim, mas por outro prisma, ela vai bater muito mais forte na compulsão, no problema técnico da compulsividade que a Silvana, personagem da Lilia possuí.

A Lilia é contra o poker? Não e um não com força! Pelo contrário. Em sabendo que a trama pode, por efeito colateral, prejudicar uma atividade, ela se prontificou a nos ouvir, colocar o outro lado nos holofotes o máximo que ela puder para ajudar a todos o entendimento de que poker é um esporte da mente. A prova desta boa vontade é que hoje ela já enviou a pauta do nosso encontro para a coluna da Patrícia Kogut que é uma das mais respeitadas de TV do Brasil e já foi publicada no O GLOBO. Na visão dela, sim, o poker vai apanhar junto com a tragédia da personagem, mas ficando claro que é uma doença da pessoa, da Silvana, é jogo mas poderia ser compulsão por sexo, bebida, trabalho, games, e tudo mais.

Em sendo assim, para ela, é uma ótima oportunidade para falarmos em horário nobre de poker. Não chega a ter que comemorar, mas se bobear vai ser bom para um debate e conhecimento da sociedade em relação ao nosso esporte.

A Glória, segundo o relato do Igor, o emocionou! Ela foi de uma sutileza, clareza e decência em falar que a intenção dela não era prejudicar ninguém, causar o mal para ninguém, que ele falou que ficou realmente emocionado. Ela entendeu perfeitamente o tamanho daquele efeito colateral mas infelizmente, eles já haviam gravado muitos capítulos. Mas também se comprometeu em pensar em como ajudar, dentro ou fora da novela, intensivamente ou levemente, mas o que importa é a decência. Se ela vai fazer algo mesmo eu não sei, mas nos atender já foi algo na minha opinião muito bacana.

Como vivemos o poker, parece que tudo gira em torno dele. E não é! Autores criam dramas, segundo as próprias palavras da Lilia, tristeza gera audiência, já tiveram em novelas compulsivos por bebida, por drogas, por trabalho, por sexo, até por amor, e nunca ninguém questionou a existência da bebida e seu lado social derivado da novela, ou do trabalho, da academia muito menos do amor nas palavras do Federal, e ele esta coberto de razão. Na linguagem do poker, o poker "runnou” mal, deu azar, a Glória poderia ter escolhido qualquer jogo. Mas resolveu colocar buraco, pif paf, games de celular, de computador e infelizmente, o poker! Aceita o ferro!

Você pode me fazer duas perguntas;

Primeira, Akkari, você acha que a novela vai atrapalhar os planos do poker no Brasil? Ela pode enfraquecer o nosso esporte? Sinceramente, acho que existia um % possível, mas que agora diminuiu. Acho também que este trabalho feito pelo Igor, Ueltom, Gabriel e por mim, ajuda demais a promover este debate fora da novela. Se o poker ficar como o uso da doença da personagem para saciar a sua compulsão, acho que não nos prejudica. Desde que fora da novela, nos debates, redes sociais, e etc, a protagonista, outros atores e atrizes, escritor e etc, declarem "O poker não é o problema, ou a culpa não é dos jogos e sim dela, da doença dela que poderia ser colocada a tona por qualquer atividade!”, discurso este que a Lilia já deu inclusive no vídeo show, pré a nossa conversa diga-se de passagem, apenas por uma conversa no telefone com o Igor. O poker nos próximos 6 meses vai estar na pauta como nunca esteve antes no Brasil. Como é um debate que já cansamos de ter, um debate vencido no mundo inteiro e até com a Fátima Bernardes dizendo que é esporte no plantão do JN.

Eu vejo uma grande oportunidade para o nosso esporte, depois de aceitado o ferro é claro.

Segunda, você acha uma grande ideia da Glória um núcleo deste tipo?

Vamos esconder que o poker assim como todas as atividades listadas acima é passível de compulsão? Não, o poker pode sim gerar compulsão, mas o problema é a meia verdade, todas as atividades humanas podem gerar compulsão, apresentar um cenário onde 2.8% dos praticantes possuem algum problema de compulsão ignorando os outros 97% não me parece algo justo do ponto de vista técnico, mas é um drama, uma novela, como drama o jogo pode ser algo legal para colocar o personagem da Silvana como geradora de audiência, olhando pelo prismas deles, sim, acredito que sim, dá para fazer uma bela catástrofe. A Globo já criou tantos dramas em suas histórias, este é apenas mais um. O debate fora da novela é o importante para nós que agora estaremos nos holofotes. O que nem a Globo, nem a Glória, nem a Lilia, deveriam na minha opinião deixar acontecer, é o boicote a informação do outro lado da questão, do esporte, da atividade legal, lícita, reconhecida pelo Ministério dos Esportes que o poker se transformou no Brasil e no mundo inteiro. Eu não dormiria muito em paz com a minha consciência. Eles tem obrigação de fazer isto? Óbvio que não, mas seira digno e muito bacana se fizessem, obviamente eles tem poder pra isto.

Nós não deixamos de falar de todos os lados, nunca, ninguém na história do poker brasileiro falou tanto de controle de bankroll como eu falo, sempre é o principal assunto em os meus artigos, vídeos de poker, entrevistas, e etc, o controle e responsabilidade em se jogar poker sempre foi pauta na minha comunicação de poker! Todos os cursos de poker do Brasil de qualidade falam do tema, João Simão, Foster, Decano, 4bet, todo mundo se preocupa com a forma com que as pessoas encaram o jogo e se dedicam aos seus controles pessoais e financeiros.

Porém, minha opinião vai além, como telespectador, um homem de 42 anos, que tem esposa que assistia novela, que viaja o mundo inteiro e interage com mídias e formatos de comunicação a todo momento com a profissão que tenho, o poker sendo inserido neste contexto não só é azar do poker porque a escritora escolheu este jogo, mas é retrato do atraso dos nossos geradores de conteúdo. As mesmas tramas da década de 80/90, músicas no mesmo clima, tudo muito retrógrado, não entendo nada de novela, mas os números refletem que a minha geração, que deve ser target forte da novela, cansou deste posicionamento. Seria muito mais legal gerar um debate com assuntos que hoje atingem pessoas de forma mais íntima as suas rotinas diárias.

Claro que para as familias das pessoas que tem problemas com jogo é uma tragédia, mas na geração que hoje esta com 70/80 anos, este assunto era muito mais pertinente. Hoje os dramas da sociedade, os assuntos de interesse do público entre 19/49 anos são outros. Os compulsivos por facebook devem formar um field incomparavelmente maior do que com os viciados em jogos de azar por exemplo, que nem é o caso do poker, os números do poker então são tão mais baixos que é até covardia. Os viciados em Candy Crush então, imagina? E os compulsivos por celular? Tem noção?. Ao invés de explorar temas que estatisticamente tenham um alcance mais alto mas que fogem do contexto do entendimento de quem cria o conteúdo por falta de atualização, atacam o jogo! Tudo bem, quem sou eu para contestar isto? Apenas um telespectador, consumidor de conteúdo, só isto! Sinto que as vezes a argumentação de que quem assiste a novela da Globo é o povão os impede de evoluir seus conteúdos para algo mais inteligente e moderno. A pouco tempo atrás dei uma palestra em colégio público onde não havia uma criança que as vezes mesmo sem internet de alta velocidade em casa não sabia o que era League of Legends, O mundo mudou e a velocidade desta mudança é surreal para voltarmos a temas tão antiquados assim. Hoje vendo o twitter e acompanhando as tags #AForcaDoQuerer você sente este hiato entre o que o povo quer e o que a novela oferece. Ok, a massa nem no twitter esta? Entendo, mas talvez este subestimar do que o povo quer ver seja mais responsável da queda dos números de audiência do que os relatórios mostram. Aqui é somente o Akkari querendo se meter no negócio novela kkkkk, já que se meteram no poker hehehehe…

Tem coisa legal na novela? Sim, claro que tem. Os lugares são fantásticos, as atuações destes monstros Lilia, Rodrigo Lombardi, Humberto Martins, os caras são feras demais. As mulheres fantásticas e talentosas, que minha esposa não leia, o núcleo do UFC com uma lutadora quebrando preconceito, acho que tem sim coisa legal.

O que eu tiro de lição desta história?

A primeira e mais importante é aproveitar a onda. A novela vai levantar um problema que sim, afeta uma minúscula parte do nosso esporte, então, vamos ajudar a combater. Se a Globo levantou esta bola vamos cortar juntos. O mundo do jogo, games, poker, tem políticas internacionais de controle a compulsão. Vamos fortalece-las no Brasil. Eu vou escrever mais artigos de controle de bankroll inteligente, você pode cobrar o torneio da sua cidade que não deixe jogar compulsivos declarados, política esta que existe em todos os sites. Os clubes de poker podem criar políticas próprias de controle a esta questão. É assunto gigante? Não, mas vamos aproveitar! Uma pessoas doente que se beneficie disto já valeu a pena o nosso trabalho e a trama da Globo. Vou visitar e tentar ajudar no que eu puder os jogadores anônimos.

Vamos levar o poker para mais gente. Profissionais dando mais entrevistas em tvs pelo Brasil inteiro, rádio, sites e etc. Vamos colocar os nossos assessores de imprensa para abrir mais espaços já que agora o Brasil vai estar falando disto.

Vamos tentar mostrar para o Brasil, que a CBTH é a entidade mais honesta e correta de todo o território nacional. O Esporte Espetacular fez uma matéria no último domingo falando sobre a bandidagem em diversas Confederações espalhadas pelo Brasil, vamos mostrar como no nosso esporte isto não acontece! O que o Igor e o Ueltom fazem e fizeram nesta entidade é de se ter orgulho, se você não conhece pesquise que você também vai se orgulhar.

Vamos mostrar que temos o segundo maior torneio de poker DO MUNDO no Brasil! Que temos três campeões mundiais! Vamos mostrar que levantamos por três vezes a bandeira do nosso país em solo americano com 10 mil pessoas no salão em pé para cantarem o nosso hino. Que temos os maiores jogadores de poker online do mundo! Que temos um dos maiores times de poker do mundo! Que somos mais de 12 milhões de jogadores de poker no Brasil, entre profissionais, amadores, e entusiastas! Que inúmeras celebridades e atletas de outros esportes adotaram o poker como o seu principal hobby e promovem isto em suas redes sociais! Que poker é matéria na Unicamp, em Harward! Que muitas empresas tem seus home games com diretores, presidentes! Que o poker é utilizado como ferramenta de pensamento lógico, ensino de matemática, conhecimento de análise de risco! E vamos também debater a compulsão porque não, vamos levantar números, casos verídicos, como tratar, etc

Quer oportunidade melhor que esta? Sim, se a Glória colocasse um personagem atleta da mente, campeão na novela, mas aí não esta no nosso controle, ela escolheu a viciada compulsiva, fazer o que? De um limão bora fazer uma limonada!

Como a Lilia disse que leu o meu último artigo, quero publicamente agradece-la e parabeniza-la. Agradecer pela incrível tarde que ela nos proporcionou e pela aula de civilidade que ela nos deu ao nos atender e debater por quatro horas. Desejo todo o sucesso do mundo, você merece tudo o que você conquistou na sua carreira e muito mais. Capricha agora, já que vai fazer jogadora viciada e perdedora, paga umas paradas na broca, paga aposta ao invés de subir, dá risada para todo mundo ver quando você acertou jogo, já que é pra jogar mal então faz bem feito.

E torço demais para que a Glória, que não conheço, mas não preciso para saber a história de vida dela, de uma pessoa que sempre lutou pelos direitos humanos, sempre lutou contra o preconceito, abra espaço para que sejam mostrados os dois lados de uma moeda que não tem dois lados iguais, o lado do esporte é infinitamente maior do que o da compulsão, mas já que este é o assunto então crie janelas para mostrarmos o outro. E torço para que a Globo, em seus programas, que proporcione o debate, mas aí quem sou eu para pedir algo, apenas torço!

Parabéns ao Igor mais uma vez, o que este cara faz não existe! Ao Ueltom novo Presidente da CBTH, Bill e ao Gabriel da Pipah que estão fazendo a diferença! Vocês não imaginam o esforço desta galera para em um país conservador, atrasado, um verdadeiro dinossauro como o Brasil colocar um esporte mental como o poker para fluir.

Andre Akkari

 

Fonte: GMB / www.aakkari.com.br