Projetada por Oscar Niemeyer e erguida durante o governo Aécio Neves (PSDB), ao custo de R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos, a Cidade Administrativa pode virar um resort com cassino. A informação foi passada com exclusividade ao Hoje em Dia pelo presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Marco Antonio Castello Branco.
Um dos únicos entraves é a aprovação da legalização de jogos de azar, mas dois projetos de lei nesse sentido estão atualmente em tramitação no Congresso.
"O Estado está analisando as oportunidades, vendo como ele pode usar a Cidade Administrativa. Mas é fato que com a nova legislação em tramitação em Brasília – que prevê a legalização do jogo, ligada à obrigatoriedade de quem for operar jogo ter que construir resort com um volume mínimo de apartamentos, quartos – apareceram interessados aqui no Brasil e, inclusive, conversaram comigo”, disse.
Segundo Castello Branco, esses investidores estrangeiros perguntaram "se poderia ser verificada a possibilidade de se comprar o complexo da Cidade Administrativa para instalar um verdadeiro resort com cassino, área de espetáculo, hotéis”, disse Castello Branco. De acordo com ele, os investidores já têm, inclusive, planos de como o espaço seria ocupado.
Os edifícios Minas e Gerais poderiam ser convertidos em hotéis. O Palácio Tiradentes, com quatro andares, poderia servir de área de cassino. Já o Edifício Alterosa, que é um anexo, poderia abrigar a área de infraestrutura e de suporte. Com 4 mil metros quadrados e capacidade de 490 assentos, o Auditório JK seria um outro espaço utilizado.
"O que estou dizendo é o que chegou para nós na Codemig. Não foi uma iniciativa que nós tomamos ou saímos procurando. Foram investidores que procuraram o Estado para saber se esse projeto poderia ser cogitado. A resposta foi a seguinte: Olha, primeiro, o Estado de Minas que é o proprietário. E segundo, tem que ver qual vai ser a legislação que virá a ser aprovada. Mas é uma hipótese real”, disse o presidente da Codemig.
Um dos entraves é a aprovação da legalização de jogos de azar no Brasil. Há atualmente dois projetos em tramitação no Congresso que tratam desse assunto. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 186 voltou para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no fim de 2016
Um dos pontos destacados por esses investidores foi a localização da Cidade Administrativa, próximo ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.
"Eles dizem que uma grande parte dos usuários e frequentadores desses resorts pegam o avião, vão para o cassino e depois voltam para o aeroporto. Essas pessoas nem costumam ir para a cidade. Isso acontece em Las Vegas, Atlantic City, Canadá. Eles querem jogar e estar próximos dos aeroportos”, esclareceu.
Ainda segundo Castello Branco, esses investidores são americanos e principalmente espanhóis, que têm muita experiência neste tipo de negócio. "Foram os grupos que nos procuraram. Mas também já ouvi falar, mas não tiveram conosco, no interesse do pessoal dos Emirados Árabes, que estaria verificando essa possibilidade. Mas o contato inicial que tivemos são grupos espanhóis e americanos, que exploram a atividade de centros turísticos e resorts ligados a jogos”, concluiu.