GMB
– Qual é sua avaliação sobre o futuro mercado de jogos no Brasil?
Jan Jones – Acho uma grande oportunidade o Brasil
discutir uma lei para o jogo, que promoverá não só o turismo no Brasil, mas
também o desenvolvimento econômico, com a criação de empregos, geração de
impostos e a própria inclusão de um país de grandeza continental em uma
indústria próspera.
Acredita
que chegou o momento de o país finalmente regulamentar os cassinos?
Sem dúvida. Já assisti à regulamentação do jogo em
diversos países e em todos eles aconteceram discussões sérias e, claro,
demoradas. Acho que o Brasil está numa fase bem adiantada e avalio que em bem
pouco tempo a regulamentação acontecerá.
Quais
são os objetivos do Caesars Entertainment em relação ao mercado brasileiro de
jogos?
Achamos que o Brasil é a maior oportunidade de
expansão no mundo e estamos assistindo e monitorando as discussões da
legislação e oferecendo subsídios técnicos para os parlamentares de maneira a
que eles entendam muito bem o que nossa indústria representa para a economia.
Não estamos mostrando apenas o significado do jogo em si, mas também a
importância de uma regulamentação rígida e séria, além da adoção de critérios
consistentes para o jogo responsável.
O
Grupo já definiu preliminarmente quantos resorts integrados com cassinos irá
instalar e operar no país?
A lei limita em três cassinos por grupo e nosso
objetivo e ter as três licenças, o que demonstra nosso interesse pelo Brasil e
o que o país irá representar para nosso grupo do ponto de vista de
investimentos.
Já
estão definidas as regiões que terão a grife Caesars no Brasil?
Temos olhado várias regiões, mas por enquanto os
locais que mais tem despertado nosso interesse são o Rio de Janeiro, São Paulo,
Salvador e Brasília. Ainda precisamos conhecer melhor outras localidades, mas
por enquanto as quatro citadas são onde as avaliações estão mais aprofundadas.
Como a lei fala em três concessões, teremos uma decisão muito difícil pela
frente.
A
ideia é se associar a algum grupo local ou operar sozinho no Brasil?
Sempre buscamos parceiros locais, que conhecem bem
as peculiaridades de cada região. No Brasil não será diferente, até porque já
temos uma operação no país , que é o WSOP Cicuit Brazil que nos dá todo o
suporte que precisamos para entender a cultura local. Para se ter uma ideia, a
edição de 2016 da etapa brasileira do Campeonato Mundial de Poker foi a maior
do mundo fora de Las Vegas. É importante ter um parceiro.
Qual
o investimento estimado desses projetos?
Vai depender muito dos impostos a serem definidos,
os incentivos a serem analisados e, também, os locais a serem eleitos. Mas será
numa cifra provavelmente superior a US$ 2 bilhões.
"O Brasil é a última grande fronteira para a indústria de jogos e vamos alcançá-la em breve”
Qual
sua sensibilidade sobre o atual estágio das discussões das leis em análise no
Congresso Nacional?
Acredito que o governo fez um excelente trabalho
até agora, buscando um marco regulatório e jurídico que permitirá grandes
investimentos estrangeiros. Tenho certeza que no futuro eles serão reconhecidos
pela capacidade técnica em buscar as pessoas certas para atrair esses
investimentos e o fruto disso será o desenvolvimento de uma indústria séria e
muito bem regulamentada.
Acredita
que a crise política pode atrasar o início do processo de implantação dos
projetos?
Toda crise política atrapalha o andamento de
qualquer projeto em discussão, mas tenho certeza de que a regulamentação virá
num futuro bastante próximo.
Em
suas visitas, sentiu boa receptividade em suas visitas pelo país?
Sim. Estou muito feliz com a receptividade e com o
interesse das pessoas envolvidas no projeto de regulamentação, especialmente
porque todos querem uma regulação séria e consistente, não buscando o jogo pelo
jogo, mas o jogo como uma ferramenta a mais de turismo e de desenvolvimento
econômico.
Qual
será o modelo de empreendimento que o Caesars pretende para o Brasil?
O modelo será de desenvolvimento completo, uma vez
que o jogo será um acessório de um complexo muito maior, que envolverá
restaurantes, salas de espetáculos, shopping center e hotel. Ou seja, um modelo
de entretenimento. Em Las Vegas, por exemplo, apenas 20% do faturamento vem do
jogo. Os outros 80% representam as demais atividades.
Recentemente
Sheldon Adelson viajou ao Brasil para analisar o mercado e neste momento a
senhora está em sua segunda visita ao país. É uma demonstração clara do
interesse da indústria do jogo e do entretenimento pelo Brasil?
Sim. Todas as companhias internacionais estão com
os olhos abertos para o Brasil. Logo voltaremos para nova visita a São Paulo.
Vejo o Brasil como a última grande fronteira para a indústria de jogos e vamos
alcançá-la em breve.
Fonte: Exclusivo GMB
Autor: Gildo Mazza