O senhor apresentou projeto para a liberação de bingos e
cassinos, atualmente na CCJ da Câmara. Por que liberar?
O Brasil é um dos países onde mais se joga no mundo. Para
cada R$ 3 jogados no país, R$ 2 são de forma irregular – isso sem contar o jogo
online, que não tem nem como mensurar. É um dos poucos países do mundo que
ainda não regulamentou essa questão. Hoje, já se joga no país. Então, o projeto
não vai liberar o jogo, porque o jogo já existe hoje no país. O projeto vai
regular algo que já existe.
O assunto envolve uma série de polêmicas, com apoiadores e
críticos apresentando cada um argumentos consideráveis. Mesmo assim, o senhor
acredita na aprovação?
Sim. Há resistência porque existe preconceito e uma visão
errada sobre o jogo, por causa da época em que era comandado por criminosos.
Hoje, o jogo em todo o mundo é comandado por grandes empresas. Não existe mais
esse tipo de atuação criminosa. O criminoso existe, na forma ilegal, como um
Carlinhos Cachoeira da vida. Temos de regulamentar para que grandes empresas
possam investir no Brasil, que vai receber bilhões de dólares em investimento.
No RS, há decisões judiciais que caminham na direção do seu
projeto, uma vez que desclassificam o jogo como contravenção penal. Qual a sua
avaliação?
Pelo menos, as pessoas estão indo atrás da Justiça. Vejo
como um avanço, porque atualmente esses estabelecimentos funcionam de forma
irregular. O problema é: para onde está indo a arrecadação desses jogos? Por
isso, tem de ser regulamentado.