GMB - O Brasil discute atualmente duas propostas, uma no Senado e outra na Câmara, para regulamentação da atividade de jogos no país. Que avaliação você faz dessas discussões?Toni Sando de Oliveira - É um debate que vem se prolongando e precisa de um desfecho, e que seja um desfecho positivo para a economia do país. Enxergamos tanto a medida da geração de emprego e renda, além da arrecadação de tributos, quanto pelo ponto de vista do turismo, principalmente pelo novo cenário que se pretende criar para os jogos, envolvendo resorts, hotéis e equipamentos de entretenimento, como estádios.
Nosso
país é um dos poucos do mundo, entre aqueles que compõem a Organização Mundial
do Turismo, a não ter o jogo regulamentado. Como isso gera um aspecto negativo
para o Brasil entre quase 160 países por não ter essa atividade, sabidamente
impulsionadora do turismo?
Mostra que temos um novo potencial a ser atingido.
Além disso, chegar por último às vezes tem as suas vantagens de chegar na
frente com o que tem de mais avançado em tecnologia. Entre outras diversas
medidas que já vem sendo discutida nas mais diversas esferas, a legalização dos
jogos deve colocar o Brasil no caminho de um destino maduro e desejado por viajantes
nacionais e estrangeiros. Entre outras medidas que impactam o setor, temos
também a liberação de visto para países estratégicos, legislação de parques
temáticos e cruzeiros, novos entrantes de economia compartilhada, atualização
da Lei Geral do Turismo e a transformação da Embratur em agência.
Como
o SPCVB está tratando essa questão no âmbito das discussões para subsidiar
informações aos deputados e senadores para a importância da atividade para o
incremento do turismo em nosso país?
O SPCVB, assim como a Unedestinos - União Nacional
de CVBs e Entidades de Destinos - ainda que entidade privada, está em constante
diálogo com o poder público e sempre abre suas portas para que os parlamentares
que lideram o debate possam expor seus argumentos, assim como convidamos as
lideranças da iniciativa privada para que também possam colaborar com
informações práticas do setor. A título de exemplo, tivemos diversos encontros
com a Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados e com associações
relacionadas ao tema.
Falando
especificamente de São Paulo, como a aprovação de uma lei ampla de jogo
beneficiaria nossa cidade?
Sim, gera empregos formais, gera impostos para os
cofres públicos – cujo governo pode investir em áreas fundamentais para a
sociedade. Em São Paulo, além de instigar o paulistano em explorar mais a
cidade e aproveitar o que ela oferece de melhor, vai incentivar o turismo
doméstico e que o visitante de negócios possa estender sua estadia ou mesmo
aproveitar a noite paulistana, em mais uma opção de entretenimento.
Teríamos
condições de sediar um dos futuros cassinos a ser aberto no Brasil com a
regulamentação do setor? Existe algum trabalho do SPCVB e de todo o trade
turístico no sentido de pleitear uma das concessões, de maneira a incrementar o
turismo de negócios, principal característica da atividade em nossa cidade?
O interior de São Paulo é o grande apto para
receber os cassinos, com seus resorts de primeira qualidade. O SPCVB é uma
entidade estadual e conta com um leque de cidades associadas, com estâncias de
diversas categorias. Por isso, envida esforços também no estímulo ao turismo
pelas cidades do Estado. Sediar eventos é a nossa especialidade e com certeza
já está em nosso radar a prospecção de eventos para este segmento.
Ainda
que não tenhamos cassino, os bingos, que já tiveram participação marcante como
ferramenta de oferta de lazer não só para moradores, mas também para
visitantes, poderá oferecer uma alternativa a mais para atrair visitantes à
nossa cidade e também para garantir que aqueles que nos visitam permaneçam mais
tempo na cidade?
O bingo é uma atração regional, que diversos
destinos têm potencial para retomá-los. Tanto para os que visitam e podem ficar
mais tempo, quanto ao próprio paulistano, que, de tempos para cá, vem
redescobrindo a capital, buscando explorar as mais diversas possibilidades,
como gastronomia, arte, festas, blocos de carnaval e, agora, jogos.
O
trade está trabalhando no sentido de mostrar os benefícios da atividade para os
parlamentares?
A Unedestinos, o SPCVB e as principais lideranças
do trade de viagens, turismo e eventos, se mostram abertos ao diálogo e dá
palco aos parlamentares que lideram o debate para expor suas ideias e
esclarecer dúvidas. Principalmente sendo uma medida que vai incrementar a
economia do País por meio de resorts e hotéis, estabelecimentos aptos a receber
os cassinos e bingos respectivamente e que são uma das bases da cadeia
produtiva de turismo, eventos e viagens.
Acredita
que teremos uma lei aprovada ainda este ano?
Nossa expectativa é que a aprovação de leis e
regulamentação dos setores econômicos da cadeia produtiva do turismo, sejam
levadas ao plenário o mais rápido possível. Não temos mais tempo a perder. O
Brasil precisa acelerar para a economia rodar e gerar riquezas para nossos
destinos. O trade se mostra otimista e ansioso para explorar esse novo campo
que se abre, incrementando a economia dos destinos, tornando-os mais atraentes
para moradores e visitantes.
Fonte: Exclusivo GMB