Mais da metade dos turistas que vieram ao Brasil em 2016 eram sulamericanos: de 6,6 milhões, 2,3 milhões vieram da Argentina, seguido dos Estados Unidos (570 mil), Paraguai (316,7 mil), Chile (311,8 mil) e Uruguai (284,1 mil). Na Europa, o país que mais contribuiu para o fluxo de visitantes foi a França, com apenas 263,7 mil turistas. Os dados, do Anuário Estatístico do Ministério do Turismo, reforçam a necessidade de o Brasil tomar medidas efetivas para ampliar seu fluxo turístico, aumentando a importância da atividade na economia nacional.
"Hoje, o
Brasil recebe anualmente menos visitantes do que a pequena ilha de Ischia, na
Itália, que tem apenas 46,3 quilômetros quadrados de área. Estamos perdendo terreno
para o turismo mundial e desperdiçando nossa grande vocação natural por falta
de medidas simples, capazes de impulsionar o Brasil como destino mundial”,
afirma o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA),
Alexandre Sampaio.
Para a entidade, que representa mais de 940 mil estabelecimentos dos setores de hotelaria e gastronomia, a isenção de vistos de entrada para turistas de localidades atrativas do ponto de vista econômico e com histórico de baixo risco imigratório, como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão, seria uma alavanca para o aumento dos índices de chegada de visitantes internacionais no Brasil. A estimativa, apenas com a liberação de visto para estes quatro países, é de um incremento de 25% no fluxo destes turistas.
No período dos Jogos Olímpicos, 15% dos 6,6 milhões de visitantes eram turistas das quatro nacionalidades foram dispensados de visto para entrar no país. Uma vez no Brasil, este grupo deixou US$ 167,7 milhões na economia nacional.
Outra medida com alto potencial gerador de receitas para a economia é a liberação dos hotéis-cassinos, um assunto que é tema de projeto de Lei e tramita há anos no Congresso Nacional. A regulamentação desta atividade econômica tem potencial para injetar cerca de R$ 15 bilhões por ano na economia, entre receitas, salários e impostos, e, ainda, de gerar cerca de 400 mil postos de trabalho e aumentar em até 200% o potencial turístico dos municípios.
"Las Vegas recebe mais de 40 milhões de turistas por ano em função dos cassinos, quase 10 vezes mais do que o Brasil costuma receber por ano. Desses, uma média de 350 mil são brasileiros que viajam para o exterior para jogar – e deixam cerca de US$ 5,4 mil de investimento em jogos, somente na cidade de Las Vegas. Esses visitantes poderiam estar investindo nos nossos estabelecimentos e no nosso turismo”, diz Sampaio.
Fonte: GMB / FBHA