Segundo a Revista Época foram feitas mudanças entre o antigo contrato operacional do estádio, que está prestes a expirar, e o recém-fechado.Até 2016, 80% das receitas da Arena eram destinadas ao pagamento da dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de R$ 400 milhões. O restante (20%), utilizado para cobrir gastos e despesas do estádio.
Entretanto, tal divisão financeira passou a ser inviável em razão da própria arrecadação da Arena Corinthians, muito distante em relação ao planejamento inicial. Em novembro do ano passado, uma reunião entre os cotistas do projeto - Corinthians, Odebrecht (construtora do estádio) e BRL Trust - definiu o congelamento da mensalidade de R$ 5,7 milhões até o próximo mês de abril para que o novo contrato da Arena fosse colocado em prática.
A nova convenção em relação à organização operacional da Arena possui quatro grandes frentes:
- as receitas do estádio serão separadas em dois grupos: bilheterias (venda de ingressos, alimentos, etc.) e comerciais (camarotes, ações de marketing, etc.);
- o total recolhido com bilheterias será repartido da seguinte forma: 30% reservado para despesas dos jogos (ambulância, policiamento, taxas, etc.) e 70% renda líquida;
- o montante adquirido com rendas comerciais também será fracionado: 20% para comissões a terceiros que vendam propriedades comerciais da Arena e 80% renda líquida;
- de todo o dinheiro que entrar no caixa corinthiano na temporada, R$ 28 milhões serão destinados a despesas fixas, entre elas luz, água, seguro, folha de pagamento de funcionários, manutenção predial, etc.
Com a distinção das receitas, o Corinthians aliviará seu próprio caixa em relação a acordos comerciais para a Arena. Por exemplo, suponhamos que um intermediário leve um cliente ao estádio a fim de adquirir um camarote. Esse terceiro, por lei, possui direito a uma comissão sobre o negócio.
No acordo ainda vigente com a Caixa, o fundo que rege o estádio precisa tirar tal comissão da despesa global. O problema é que a grana é insuficiente até para os custos básicos do empreendimento em Itaquera. Com o plano de austeridade a ser posto em prática, o Timão assegurará o pagamento de comissões e, assim, não correrá riscos de perder eventuais novos parceiros.
Feita a engenharia financeira, tudo o que for arrecadado na Arena será reservado ao pagamento do estádio. Atualmente, a dívida mensal referente ao empréstimo do BNDES é de cerca de R$ 5 milhões. O clube, contudo, mantém conversas para diminuir a quantia e estender o prazo do débito. Esses objetivos estarão na outra parte da renegociação operacional do projeto, que deve durar até abril.
Fonte: GMB/Meu Timão