Conhecido como eSports, o jogo de vídeo competitivo ganhou espaço e entrou na pauta. Com uma audiência de fãs de eSports que pode chegar a 145 milhões de pessoas neste ano, de acordo com os dados coletados pela Fortune, não é de admirar que as autoridades olímpicas possam aproveitar também uma parte desse mercado.
"Temos de olhar para eSports porque
não podemos dizer 'Não somos nós. Não se trata de Olimpíadas", disse
Estanguet à Associated Press. "Os jovens, sim, estão interessados em
e-Sport e esse tipo de coisa. Vamos ver isso. Vamos encontrá-los. Vamos buscar
pontes para essa aproximação", acrescentou Estanguet.
O dirigente continuou: "Eu não quero
dizer 'não' desde o início. Eu penso que é interessante interagir com o COI,
com eles e com a família eSports, para entender melhor o que é o processo e por
que é um sucesso".
Estanguet não ofereceu mais detalhes sobre
quais jogos podem compor eventos por medalhas, mas já existe um precedente para
adicionar eSports a grandes competições esportivas.
Os Jogos Asiáticos debaterão eSports como
um evento de exibição no ano que vem antes de adicioná-lo ao seu programa
oficial de 2022. O Conselho Olímpico da Ásia anunciou a decisão em abril,
observando que primeiro os eventos eSports apareceriam nos Jogos Asiáticos de
Artes Marciais e Indoor, que deverão ocorrer no próximo mês.
Os organizadores planejam oferecer quatro
eventos com quatro jogos: Dota 2, StarCraft II, Hearthstone e um jogo
esportivo, ainda por decidir, mas será da série FIFA ou NBA.
Obviamente, qualquer programa nas
Olimpíadas não ofereceria esse nível de dinheiro em prêmios, mas as medalhas
poderiam ser tão valiosas em termos de prestígio.
Para adicionar qualquer esporte novo, no
entanto, os oficiais franceses teriam de obter o apoio do COI, o que poderia
ser um obstáculo. Em abril, o presidente do COI, Thomas Bach, não pareceu
convencido de que os eSports se encaixariam nas Olimpíadas.
"Nós ainda não sabemos 100 por cento
se o eSports é realmente esporte, em relação à atividade física e ao que
precisa ser considerado esporte", disse Bach (via Inside the Games).
"Não vemos uma organização ou uma estrutura que nos dê confiança ou
garanta que, nessa área, as regras e valores olímpicos do esporte sejam
respeitados e que a implementação dessas regras seja monitorada e
protegida".
Para se tornar um evento olímpico, os
esportes devem demonstrar certo nível de organização internacional, incluindo
ter um órgão governamental mundial. Por exemplo, os eventos de natação e
mergulho são supervisionados pela FINA, basquete internacional pela FIBA,
futebol pela FIFA etc.
Fonte: GMB / Washington Post