No BgC 2018, Pujol participará no dia 1º de abril às 16h15 no painel "CULTIVAR: REGULAÇÃO E OPERAÇÃO", que abordará Jogo Responsável e Regras para Publicidade de Jogos, Formas de Pagamento: dinheiro, pagamentos eletrônicos e Bitcoin e Sistema de Controle e Polícia, juntamente com Paulo Duarte Lopes (diretor da Divisão de Planejamento e Controle da Atividade de Jogo do Ministério do Turismo de Portugal) e Peter Naessens (diretor da Belgian Gaming Commission).
GMB - Durante a próxima edição do BgC, a ser realizada em São Paulo, em abril, você fará parte do painel sobre as lições do mundo para o Brasil em matéria de regulamentação e licenças. Conte-nos sobre como o convite veio e qual é a sua expectativa para o evento?
Thierry Pujol - Fui gentilmente convidado pela Clarion Events, pois já participei do último Congresso Brasileiro de Jogos em Brasília (maio de 2016). Neste evento fiz uma apresentação sobre soluções eficazes para combater atividades de lavagem de dinheiro e apostas suspeitas. Este tópico foi incluído em uma sessão baseada em "Garantindo a segurança e a integridade dos jogos". Estou realmente interessado em fazer parte deste novo evento e compartilhar com colegas brasileiros e de outras nacionalidades temas sobre a evolução do mercado brasileiro de jogos.
Como membro do hall da fama de loterias internacionais, qual a sua avaliação do momento da loteria no Brasil? Considera que o monopólio da Caixa Econômica Federal na exploração da modalidade pode afetar o mercado atingindo todo o seu potencial?
O monopólio da Caixa é baseado em um decreto-lei estabelecido em 1967 e cujo principal objetivo hoje é proteger a população brasileira contra os riscos de dependência, fraude e lavagem de dinheiro. O conceito de Jogo Responsável é realmente crucial em termos de desenvolvimento em nossa indústria. O potencial econômico real das atividades de jogos no Brasil não deve esconder o fato de que uma Autoridade de Regulamentação forte e operacional deve ser reforçada para controlar esse mercado sensível.
Qual a sua opinião sobre o processo de licitação da LOTEX e qual a expectativa para a exploração de loterias instantâneas no Brasil?
A aprovação do governo federal para a exploração da Loteria Instantânea Exclusiva (LOTEX) de propriedade do Estado do Rio de Janeiro já foi incluída no programa Nacional de Desestatização. Como entidades brasileiras e estrangeiras podem participar da licitação, isso significa que o processo de seleção e nomeação deve ser feito com cuidado e atenção. Os candidatos devem cumprir requisitos muito específicos em termos de tecnologia e organização comercial: isso significa também que eles devem respeitar os critérios relacionados ao Jogo Responsável e Integridade. Esta é certamente uma das razões pelas quais o governo federal não publicou o convite para licitar até janeiro de 2018.
Além do monopólio da Caixa e da LOTEX, no Brasil há também uma batalha entre a União e os estados da federação sobre a questão da exploração de loterias. Como você avalia este cenário brasileiro e que exemplos internacionais o país poderia seguir para resolver este confronto?
Geralmente, é mais fácil para um país desenvolver sua oferta de jogos no nível nacional em termos de coordenação para combater a fraude, o mercado ilegal, o vício e proteger a integridade do mercado. Como sempre, uma Organização Criminal Transnacional (OCT) tentará desenvolver sua atividade ilegal entre as diferentes explorações das loterias, se o mercado de jogos for disseminado, por exemplo, em nível regional. Se a decisão é transferir a exploração para os estados da federação, isso significa que cada estado deve ter uma regulamentação de jogo forte e reativa, com uma coordenação eficiente entre essas diferentes entidades.
Além das loterias, o painel também lidará com jogos on-line e físicos, como cassinos e salas de bingo. Qual é a expectativa para os debates sobre essas questões dentro do BgC?
Na minha opinião, o grande valor agregado do BgC é o confronto de ideias entre especialistas e partes interessadas nos níveis nacional e internacional. Esta é a força dos organizadores para convidar profissionais cuja experiência e opinião são diferentes. Isso significa que todos os tópicos serão "colocados na mesa" para o benefício dos participantes.
Qual a sua avaliação do processo de legalização de jogos no Brasil? Mesmo com a lentidão para aprovar uma lei para a atividade, você acredita que o país pode ser uma das maiores indústrias de jogos do mundo?
Definitivamente, o Brasil é um dos maiores mercados potenciais de jogos do mundo. A questão é desenvolver este mercado em harmonia com os riscos reais relacionados ao jogo. O desenvolvimento e o reforço da Autoridade Nacional de Regulação no Brasil são, certamente, uma das apostas do futuro.
Fonte: GMB Exclusivo