SÁB 18 DE MAYO DE 2024 - 09:10hs.
Contravenção

Jogos ilegais desafiam a Polícia Civil em Minas Gerais

Volta rápida dos contraventores a ativa após apreensões e a falta de denuncias sobre os fabricantes de maquinas caça-níqueis tornam mais difíceis as investigações de combate às apostas.

Combater a exploração do jogo ilegal é um dos grandes desafios da Polícia Civil de Minas Gerais. A grande maioria dos contraventores compra máquinas novas rapidamente após as apreensões e volta a disponibilizar o jogo ilegal. Pelo jogo de azar ser considerado uma contravenção penal, os donos de casa de jogo são levados para a delegacia, respondem criminalmente em juízo, mas não são presos, o que também dificulta a ação da polícia.

"É uma atividade muito rentável, e os empresários administram os prejuízos com as apreensões das máquinas. Quando ficam sem o maquinário, eles tomam o prejuízo de tê-las perdido e de não ter a movimentação de dinheiro por um período, porque elas produzem muito dinheiro. Mas vão sempre continuar a atividade e voltar a comprar máquinas”, conta a delegada Marina Cardoso.

Saber de onde vem as novas maquinas compradas pelos contraventores é outro desafio para as autoridades. Descobrir quem são os fabricantes, importadores e distribuidores de máquinas caça-níqueis é tão difícil quanto achar envolvidos em outras formas de tráfico, pois quem compra não identifica quem vende.

"Os traficantes, de modo geral, usam muitos atravessadores. No tráfico de drogas, por exemplo, é muito difícil chegar até aqueles que importam toneladas de drogas para o Brasil. Quando os atravessadores são presos, não informam quem são os superiores, com medo de morrer. O mesmo acontece no tráfico das máquinas caça-níqueis”, explica Islande Batista, delegado aposentado e consultor de segurança pública.

Está em discussão no Congresso Nacional um Projeto de Lei (PL) que legaliza casas de bingo, cassinos, apostas eletrônicas, jogo do bicho e máquinas caça-níqueis, de autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI). Para o especialista Islande Batista será muito importante um estudo sobre o que a legalização dos jogos de azar pode trazer.

"O Estado deveria analisar com frieza sobre como poderia diminuir o número de máquinas contrabandeadas e recolher impostos a partir de um jogo legalizado. E, partir desse momento, poderia haver uma punição mais severa para quem usa máquinas não legalizadas”, afirma o especialista.

Fonte:GMB/Hoje em Dia