O Brasil está descobrindo o seu potencial, a partir do interesse gerado pelos projetos de lei apresentados no Senado e na Câmara dos Deputados, o que criou um rico debate que pode mostrar claramente o potencial do mercado brasileiro.
Vejamos a situação no país: O jogo foi banido desde os anos 40, ou seja, há mais de 70 anos. As apostas de corridas de cavalos, loterias operadas pelo estado (lotex) e poker são os únicos jogos legais no Brasil. O Bingo foi legalizado na década de 1990, mas foi banido novamente em 2007.
Estima-se que o mercado brasileiro de apostas possa representar US$17 bilhões. Apenas o jogo ilegal que movimenta cerca de USD 3.5 bilhões por ano, apostando em alguns dos 25 animais da tabela, que é muito popular em todas as classes sociais.
Estima-se que os brasileiros gastem aproximadamente US$ 950 milhões por ano no iGaming. É um país com 207 milhões de habitantes que terminou 2017 com 236,5 milhões de telefones celulares, dos quais 62% são pré-pagos.
92% dos brasileiros com acesso à Internet estão conectados por telefones celulares, enquanto apenas 54% das famílias possuem conexão à Internet.
O público brasileiro está interessado no jogo?
Existem numerosas pesquisas, privadas e lançadas pelo governo e também no poder legislativo que demonstram um interesse incomum por parte dos brasileiros pela aguardada abertura do jogo.
Um programa de notícias no Brasil, JD1 Notícias, publicou uma pesquisa realizada pelo Paraná Pesquisas no Brasil. A pesquisa pública, que procurou determinar quantas pessoas estavam a favor da legalização do jogo, mostrou um empate: 45,7% dos brasileiros apoiaram a regulamentação dos cassinos, enquanto 45,5% dos entrevistados disseram ser contra.
Há anos existe um público que vai ao exterior para jogar. Agências privadas são contratadas semanalmente para transferir jogadores VIP para Punta del Este (Uruguai) de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Neste destino, o jogo VIP representa 75% do total do jogo.
Há também aqueles que chegam à fronteira com a Argentina, em Puerto Iguazú, para apostar nos cassinos. Las Vegas e Macau são outros destinos escolhidos pelos brasileiros, que são importantes como grupo de jogo pelo dinheiro que movimentam.
O que aconteceria então com todos os cassinos cujos High Rollers são brasileiros, se o jogo for legalizado? Provavelmente seria uma devolução das cartas em torno das principais cidades do Brasil, que sem dúvida terá um impacto no exterior. Tudo dependerá de quão atrativos sejam os novos investimentos nos cassinos em hoteis.
Quem é a favor e contra o jogo no Brasil?
A legalização do jogo é defendida por governadores e intendentes que consideram essa atividade como fonte de impostos e geração de emprego em face da atual crise econômica. Os destinos prováveis para os impostos do jogo serão segurança pública, saúde e educação.
O Brasil está tendo sérios problemas em algumas cidades como o Rio de Janeiro, que forçou o presidente Temer a intervir com o exército em muitas das áreas mais perigosas.Os hospitais públicos estão em colapso e exigem um orçamento operacional maior. O mesmo acontece com a educação.
Mas, nem todos estão a favor. "Existe um fator social e religioso que afeta opiniões contra a legalização do jogo". A frente parlamentar "Brasil sem azar" não acredita no impacto econômico que o jogo trará. Paradoxalmente, no entanto, o jogo ilegal existe e o Brasil perde na coleta impostos ao Estado, e os trabalhadores estão sem cobertura de segurança social sendo explorados na maioria dos casos.
A chance do Brasil
O Brasil tem uma oportunidade histórica para tornar transparente uma atividade legal e aceita em quase todos os países da Terra e ajudar nos impostos, resolvendo alguns dos problemas estruturais, como emprego, saúde e segurança.
Isso só será possível se os legisladores conseguirem entender que esse tipo de oportunidade só se materializará com um consenso político, deixando de lado os preconceitos ou convicções religiosas para dar lugar ao desenvolvimento econômico e social do país.
Clique aqui e veja a coluna publicada no site espanhol Sectorgambling.
Fonte: GMB/Sector del Juego