Como a GMB publicou há um mês, três grandes empresas internacionais do setor (IGT, Intralot e Scientific Games), já demonstraram interesse em concorrer à concessão, além de outras empresas que tem sido mais discretas no processo mas que também estão se movimentando para definir se participarão ou não, a partir da audiência para o leilão da Lotex, que acontecerá amanhã no Rio de Janeiro.
Para se candidatar à concessão, os participantes devem ter experiência na operação de serviço de loteria instantânea e receita mensal bruta, da venda de bilhetes físicos ou apostas virtuais, de R$ 100 milhões ou mais.
Tarcísio de Freitas, secretário de projetos do PPI (Programa de Parceria em Investimentos, que aprovou a concessão), diz esperar um bom resultado ao fim do processo.
Sem citar nomes, Freitas disse à Folha que esteve com advogados que representam grandes empresas do setor. A proposta de concessão da Lotex se mostrou atrativa. "Não adianta querer vender o que o mercado não quer comprar", disse.
Durante os estudos para definir o futuro da Lotex, a Caixa, que opera diversos jogos lotéricos, queria controlar a empresa para depois privatizá-la. Mas o Ministério da Fazenda, contrário à ideia, venceu a disputa decidindo fazer leilão para que ela seja administrada via concessão.
"Os caras disseram o seguinte: não compro loteria com participação da Caixa. Vou ter no meu conselho um concorrente? Ela vai participar das decisões estratégicas e tem um produto que é concorrente ao meu. Então não compro. Se o estudo mostrou que o melhor modelo da venda da Lotex era tirando [a Caixa], então foi essa a decisão tomada", disse Freitas.
Para o advogado Luiz Felipe Maia, do escritório FYMSA, especialista no tema, "a decisão de manter a Caixa fora da operação foi interpretada pelo setor como sinal de abertura à iniciativa privada".
Além da loteria, a indústria mundial de jogos tem hoje os olhos voltados para o país em outra frente. Tramitam no Congresso dois projetos de lei que visam legalizar no Brasil jogos de azar como cassinos, bingo e jogo do bicho. Hoje, o Brasil também permite a exploração de jogos como pôquer e corridas de cavalo.
As expectativas estavam altas no ano passado. Grandes competidores globais ensaiaram algumas "apostas": sondaram imóveis para se instalar e visitaram Brasília. No primeiro semestre deste ano, porém, a crise política e a agenda de reformas deixaram o jogo em segundo plano.
Fonte: GMB / Folha