Para o presidenciável, as empresas consideradas "estratégicas" devem permanecer sob o controle do Estado; em outra ocasião, o deputado já havia sinalizado certa resistência à privatização da Eletrobras e da Petrobras. “Temos 150 estatais. No primeiro ano, vamos mandar umas 50 que foram criadas pelo PT para o espaço. Para outras 50, vai ter que ter critério", disse Bolsonaro em seu Facebook.
Na última sexta-feira (12), durante uma transmissão ao vivo em sua página no Facebook, o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, voltou a defender a não privatização de estatais “estratégicas”. O deputado federal citou o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e Furnas como exemplos de empresas que não planeja ceder à iniciativa privada.
“Temos 150 estatais. No primeiro ano, vamos mandar umas 50 que foram criadas pelo PT para o espaço. Para outras 50, vai ter que ter critério, um modelo com responsabilidade, talvez uma golden share [ação de classe especial e pertencente ao Estado]”, disse Bolsonaro . “O que for estratégico não pode privatizar”, repetiu, fazendo menção aos bancos públicos e à hidrelétrica logo em seguida.
Em entrevista à TV Bandeirantes, o candidato do PSL já havia sinalizado certa resistência à privatização de algumas empresas, como a Eletrobras . No dia seguinte ao pronunciamento, os números da estatal de energia elétrica caíram mais de 10% e registraram os piores desempenhos no Ibovespa.
Na ocasião, Bolsonaro afirmou que “não se pode deixar [a empresa] nas mãos de terceiros”, já que, desta forma, se perde a garantia do serviço. Ele adiantou que apenas a área de distribuição da empresa poderia ter sua venda negociada, mas não a área de geração.
Ainda sobre as privatizações, o deputado defendeu a venda e até a extinção das estatais que dão prejuízo financeiro ao país, mas excluiu essa possibilidade para o setor de energia elétrica e para a Petrobras , alegando que as estatais não podem ser colocadas nas mãos de “qualquer capital”.
O perfil de do presidenciável, cujo plano econômico de governo se baseia na cartilha liberal de seu guru Paulo Guedes, tem sido um dos motivos para o bom desempenho de ações mais suscetíveis a oscilações baseadas no cenário político, como é o caso da Eletrobras, da Petrobras e de algumas empresas varejistas.
Apesar das divergências, Bolsonaro negou que tenha problemas com Guedes ou com a cúpula de seu partido. “Não estou batendo de frente com Paulo Guedes de jeito nenhum. Concordo com 90% do que ele diz e ele concorda 90% do nosso lado. Está bem encaminhado esse casamento”, brincou.
Fonte: GMB / Economia - iG