MIÉ 8 DE MAYO DE 2024 - 02:27hs.
Em Portugal

Dez mil pessoas pediram para serem barradas dos jogos online

No último ano, houve quase dez mil portugueses que pediram para não terem acesso aos jogos online. Um número “surpreendentemente elevado”, aponta João Goulão, diretor-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

Em 2016, aproximadamente dez mil portugueses pediram para serem impedidos de ter acesso aos jogos online. Entre os pedidos encontra-se uma pequena percentagem de casos que foram feitos de forma inadvertida, porém, João Goulão, diretor-geral da SICAD, afirma que a maioria deles vem de pessoas que temem a dependência ou já tiveram problemas de adição.

O diretor destaca que o número está acima dos pedidos de pessoas que pedem para que sejam barradas em cassinos ou outros locais de jogo mais tradicionais.

O jogo e apostas online estão regulados e legalizados em Portugal desde junho de 2015. Só desde então é possível fiscalizar as empresas do setor. João Goulão diz que outra das vantagens da legalização passa pela clarificação das regras e critérios necessários para autorizar, ou não, os operadores de jogo.

Sobre os casos de dependência de jogo, o diretor explica que há poucos pedidos de ajuda especificamente ligados a esse vício, que pode estar associado a outras adições. Há casos em que "alguém que pede ajuda para um problema de alcoolismo, mas quando se começa a esgravatar um pouco as condicionantes e condições de vida percebe-se que ali também há um problema relacionado com o jogo, que normalmente é mantido escondido da família”, exemplificou João Goulão.


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O SICAD passou a supervisionar o jogo há menos de dois anos. Por isso, João Goulão diz que ainda é necessário estudar a realidade deste "mundo novo”, ouvir os especialistas internacionais e os parceiros da área. "Em relação ao jogo estamos ainda numa fase incipiente, mas que nos remete para isso. O apelo ao jogo responsável é uma atitude que podemos comparar a um ‘beba com moderação’”.

O diretor do SICAD considera que é evidente que as empresas de jogos querem que as pessoas joguem, mas acredita que são também sensíveis à necessidade de desenvolver formas de jogo que não induzam adição e sofrimento à população.

Fonte: GMB/Jornal SOL