DOM 5 DE MAYO DE 2024 - 18:27hs.
Devanir Campos, diretor do BSOP

“A representatividade do campeonato é inquestionável”

(Exclusivo GMB) - Com a etapa de São Paulo chegando ao fim nesta terça–feira, conversamos com o diretor de torneios do BSOP sobre o nível da competição e sobre as emoções reservadas para o restante da temporada. “Os profissionais tem brigado de uma forma ferrenha por cada ponto. E isso é o mais bonito da esportividade do poker”, afirma Devanir Campos.

GMB – A organização de uma etapa como a de São Paulo é mais complicada?
Devanir Campos – Cada uma tem a sua dificuldade. Ela não é mais difícil que outras, mas com certeza a BSOP Millions é o evento mais difícil de organizar. A logística dele é distinta de qualquer outro. Como a sede do BSOP está em São Paulo, isso facilita muita coisa, embora o tamanho do evento dificulte, por outro lado. É diferente de eventos menores, que fazemos no nordeste, por exemplo. Embora a distância seja grande, a dificuldade é de logística e não de estrutura de atendimento e organização. Ou seja, cada etapa tem o seu desafio e para nós que vivemos de organizar eventos, nosso dia a dia é superar esses desafios.


Pelo lado competitivo, a etapa de São Paulo tem um peso diferente para a classificação na temporada do BSOP?
Eu não vejo uma diferença do ponto de vista esportivo. É mais uma competição no calendário do BSOP. Ela é importante pela quantidade de torneios e pela possibilidade dos competidores acumularem mais pontos. Mas não é mais importante que as outras. É mesma coisa que você falar que a corrida de Dubai é mais importante que a corrida de Monza na Fórmula 1. Cada uma tem suas diferenças e importância para o todo.


Existe algum momento em que algumas etapas acabam ganhando mais importância que as outras? Qual é a principal etapa em uma temporada do BSOP?
Quando a gente vai chegando ao final do campeonato, cada etapa ganha uma importância diferente dependendo de como está a briga do ranking. Tudo pode ser definido no final da temporada e é ali que muita coisa se define. Então, o BSOP Millions, que acontece no final do ano, acaba sendo mais importante que os outros, não só pelo tamanho, pela quantidade de pessoas, a premiação envolvida, mas, também porque é a definição do campeonato.


Avaliando o nível de competição das duas etapas do Campeonato Brasileiro até o momento, qual projeção você faz para o restante da temporada?
A cada ano ela tem ficado mais competitiva. Cada nova temporada traz um pouco do que foi o campeonato anterior e essa com certeza vai ter muito mais emoção porque o ano passado o campeonato foi definido nos últimos minutos, nos últimos pontos. Então, os profissionais têm brigado de uma forma muito ferrenha por cada ponto. E isso é o mais bonito da esportividade do poker. É o que você vê em outros esportes. O cara que é atleta, que vive disso, o espírito esportivo é esse. Ele vai brigar até o último minuto para subir ao pódio, pra ter o troféu, a medalha ou aqui, no nosso caso, o bracelete.


Na sua opinião, o que tem feito os jogadores de poker entrar com toda essa disposição que você citou na última pergunta? Porque é importante ser campeão do BSOP?
O formato de pontuação e de disputa que a gente faz tem sido muito bem sucedido. E esse formato se traduz em campeões brasileiros que são unanimidade. Você pega o atual campeão brasileiro, Rodrigo Zidane, que é, sem dúvida, um dos melhores jogadores de poker que o Brasil tem há quase uma década. Em 2015 o título ficou com o João Bauer, que hoje em dia é um dos profissionais mais respeitados do país. O campeonato tem uma representatividade esportiva que é inquestionável.


Com esse nível de entrega e disputa do BSOP, como os jogadores e o poker brasileiros são vistos pelo resto do mundo?
O Brasil é cada vez mais respeitado. Apesar de aqui a gente ter competições há apenas dez anos, somos um país muito novo no poker. Os Estados Unidos tem competições há cinquenta anos e a Europa, há quase duas décadas. Então, isso faz com que a gente demore um pouco para que apareçam os ídolos, os grandes profissionais, os talentos. Hoje, temos jogadores profissionais que jogam de igual para igual em qualquer campeonato mundial; temos campeonatos que estão entre os maiores do mundo. Então, o Brasil vem sendo cada vez mais respeitado; tanto as suas competições quanto os seus jogadores. Nós temos um grupo de elite que não deixa nada a desejar. Brigamos realmente de igual para igual.


Fonte: Exclusivo GMB
Autor: Pedro Henrique Feitosa

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