VIE 15 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 05:37hs.
Negociações com a Caixa em Brasília

Lotéricas querem receita da internet proporcional ao que vendem nas lojas

Em Brasília, a Federação Brasileira das Empresas Lotéricas (FEBRALOT) teve uma serie de reuniões em que cobrou maior agilidade da Caixa para atender as demandas da rede, sugeriu distribuição rateada das comissões das vendas de loteria pela internet e pediu ao Ministério da Fazenda maior rigor na fiscalização de jogos ilegais.

A Febralot – Federação Brasileira das Empresas Lotéricas reuniu-se em Brasília com autoridades da Caixa Econômica Federal e Ministério da Fazenda no dia 16 de março para defender interesses da categoria, entre eles a remuneração das apostas lotéricas pela internet, investimentos governamentais em publicidade, transporte de valores e outros temas relevantes para o setor.

A questão mais discutida com a Caixa foi, como já era de se esperar, a questão da remuneração das lojas físicas pelas apostas feitas pela internet. A CEF defende que a aposta mínima seja de R$ 20,00 (com pagamento por cartão de crédito) e que o apostador indique a lotérica a ser remunerada. A classe é contra a indicação e defende que o modo mais justo de remuneração seja a distribuição proporcional à representatividade do faturamento dos lotéricos na arrecadação do jogos. Ou seja, se uma lotérica física arrecada X% das vendas de jogos em sua loja, deve ficar com X% das vendas de jogos feitos pela internet.

Além disso, os lotéricos defendem que a aposta mínima seja de R$ 50,00 para apostas via internet, uma vez que eles sentem já há algum tempo a diminuição do movimento nas casas e temem que a facilidade da internet diminua muito mais a afluência de público. Outra preocupação é quanto à remuneração dos lotéricos na apostas on-line, ainda sem percentual definido.

Outra reivindicação foi a renovação dos produtos lotéricos e o aumento do investimento em publicidade para reverter o quadro de queda na arrecadação, que em 2016 foi maior do que o setor previa. Como a publicidade está atrelada a 1% do fundo lotérico (FDL – Fundo de Desenvolvimento de Loterias), somente o aumento da arrecadação irá permitir mais investimento nessa área.


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A entidade reuniu-se também com técnicos do Ministério da Fazenda, quando pediu mais atenção à área de TI da CEF, pois são grandes as dificuldades das lotéricas no quesito tecnologia e lançamento de novas modalidades de apostas, bem como discutiu a questão do custo do transporte de valores, que em alguns casos aumentou mais de 200%, o que, na avaliação da Febralot, poderá "inviabilizar nossas empresas”, como colocado no documento em que divulgou os resultados da reunião, em que participaram também sindicatos estaduais.

Os lotéricos pedem, ainda, mais fiscalização contra o jogo ilegal, "que retira receitas que poderem estar sendo direcionadas para nossos produtos”. Foi dado ao setor um canal de comunicação direto para denúncias.

Como existem outras demandas, como a repactuação de dívidas, a CEF informou que ainda neste mês irá liberar um empréstimo de urgência para o setor, enquanto os demais itens de uma proposta de discussão mais amplo, está marcada uma nova reunião em Brasília no dia 5 de abril com os representantes da frente parlamentar que defende os interesses do setor lotérico com o objetivo de se agendar uma audiência pública com todas as áreas envolvidas para solução de todos os problemas que ainda afetam a atividade.

Todos os presidentes dos sindicatos estaduais estão convocados para reunião preparatória em 4 de abril para que levem a pauta à frente parlamentar no dia seguinte. E a Febratot aproveita para deixar claro para os lotéricos que fiquem de sobreaviso de que "se nada for feito em prol de nossa famigerada rede, provavelmente ainda em abril precisaremos lotar o Congresso Nacional assim como foi feito com tanto sucesso no ano de 2015”.

Na mensagem final divulgada, afirmam que a Febralot "é composta de empresários lotéricos. Em sua maioria todos dependem de suas lojas para sua sobrevivência. Passamos por um momento extremamente difícil, talvez tanto como foi o de renovação de nossos contratos. Nossa primeira bandeira é a negociação porque acreditamos que isto não prejudica a rede já tão sacrificada. Infelizmente o tempo que a Caixa precisa para atender nossas demandas é muito superior ao necessário para que a Rede não quebre e não havendo um revés muito forte por parte da gestora, precisaremos nos encaminhar em busca de outros meios de solucionar nossos problemas”.

 

Source: GMB