Até a quinta-feira, manifestantes ficarão em frente à CEF e à busca de parlamentares para levar as reclamações. "A Caixa me obriga a pagar para trabalhar, sem dar a segurança necessária nem pagar os reajustes”, desabafa o carioca Luiz Cláudio Schmidt, dono de lotéricas há 23 anos.
Para ele, se juntar ao movimento, se "acorrentar” ao prédio e fazer greve de fome foram as formas encontradas de fazer com que a presidência do banco prestasse atenção neles. Luiz Cláudio diminuiu 40% dos empregados de 2015 para cá numa tentativa de sobreviver ao momento financeiro. A filha e a esposa começaram a trabalhar nos estabelecimentos para que não houvesse outras contratações.
A diretora de Comunicação da Associação dos Lotéricos, Adriana Domingues, afirma que a situação de Luiz se repete em todo o País. Ela diz que a Caixa não reajusta os valores de forma correta. As mudanças no valor das taxas deveriam ser anuais como ocorria, mas, de um tempo para cá, os rejustes foram espaçados – um em 2012, outro em 2014 e o último em junho do ano passado. "Só queremos que a Caixa cumpra as cláusulas de equilíbrio econômico. Não é possível rejustes a cada 20 meses”, reclama.
Quem precisa pagar a conta do carro-forte
Além do rejuste, os lotéricos reclamam que o banco deveria pagar mais pelo serviço do carro forte já que o transporte é para o dinheiro da Caixa. Hoje, a CEF paga R$ 0,47 pelo serviço de recebimento de valores de R$ 2 mil que precisam ser transportados por carro forte, onde há uma cobrança de R$ 0,80, com reajustes anuais.
Outro ponto de reclamação é que a Caixa faz a gestão, regulamentação e auditoria do serviço. Os lotéricos entendem que não é possível que um mesmo ente controle todas as etapas do sistema.
Em nota, a Caixa afirma que mantém diálogo
permanente com os empresários lotéricos. Diz ainda complementa que os reajustes
são efetuados periodicamente e os últimos ocorreram em junho e julho de 2016,
quando as tarifas foram atualizadas, em média, 13,17.
Fonte: GMB / João Paulo Mariano - Especial para o Jornal de Brasília